terça-feira, 30 de março de 2010

A garota de verde

Havia um rapaz que estava com seus amigos em uma roda de violão. Já era tarde da noite. Ele estava cansado e pensava em ir para casa. Sentia que havia perdido a primeira noite daquele que seria um grande feriado. Recebeu uma proposta indecente a uns minutos atrás. Recusou uma noite de amores de uma amante qualquer. Em meio a tantas músicas chatas, refletia sobre a superficialidade das coisas.

O amor era superficial. O amor oferecido pela amante estava resumido a movimentos de vai e vem, somados a gritos intensos da madrugada. Aquilo não bastava. Nem se quer o sustentava. Depois que o amor fosse concretizado, haveria vontade de ir sumir. Porque o rapaz já sabia como as coisas fluíam. Os 26 anos vividos, a graduação em psicologia e principalmente, as experiências vividas bastavam para prever o resultado das propostas indecentes. Já havia recebido propostas indecentes, passado por infinitas orgias. Aquele ritmo intenso de uma vida desregrada e irresponsável já não o sustentava. O mundo já não o sustentava.

Queria ir para casa. Aquela roda de violão, várias vezes repetidas, já não tinha a mesma graça. Seus amigos o saturavam. Olhava para o celular e se lembrada da mensagem indecente. A amante dizia estar molhadinha e depilada. Desejava a pomba sagrada.

Então nosso rapaz decidiu ir. Sentia-se só. Assim que ligou seu carro, teve uma idéia estranha. Precisava ver pessoas novas, observar-las e quem sabe conhecer-las. Expandir horizontes. Decidiu inovar. Foi para sinuca sozinho. Não para jogar, queria ver rostos novos. A sinuca era contramão de sua casa. Nada importava, a noite já estava perdida. Piorar não podia.

A música alta e o fedor do cigarro já eram características daquele ambiente. A novidade no lugar era a mulher que usava o vestido verde. Estava sentada só em uma mesa, longe da mesa de sinuca. Bebia cerveja e observava o ambiente. Tinha seios pequenos e aparentava corpo de atleta. A primeira olhada era apenas para construir hipóteses sobre os hábitos de vida da moça. Resolveu dar mais algumas voltas. Quando havia notado, a garota também o observava. Sentiu-se intimidado. Olhou para o celular tentando disfarçar o repentino interesse. A amante não existia mais. Pensava em um bom motivo para falar com a garota de verde. De repente, ela estava na sua frente, tomando atitude.

-Oi, vc está sozinho? Parece tão perdido aqui quanto eu.

O rapaz timidamente sorriu. Tomou ar e foi direto ao ponto.

-Procuro uma companhia para jogar sinuca, se interessa?

Essa foi a mentira mais sincera de toda sua vida.E naquela noite o mundo começou novamente. Porque o verde do vestido da garota significa esperança.

Obrigado pela leitura!

sexta-feira, 26 de março de 2010

o que falta

Acho engraçado como as coisas são. Preparei durante toda semana um texto que quase foi postado ontem. Hoje decidi que era melhor escrever o que chega em minha cabeça. As coisas ficam mais interessantes dessa forma.
Tenho tido dias bastante solitários. Não que me falte amigos, faltam apenas companhias estupidamente divertidas. Tenho estado saturado das coisas. É como se eu precisasse recomeçar, mas não sei da onde. E para piorar, a faculdade aperta. Meu rendimento é pífio. Falta estimulo. O estimulo tem que vir aqui de dentro. Ele tá aqui dentro entalado. Só não sei botar ele para fora. Falta maturidade para botar para fora.
Sinceramente, é isso que me falta! Gostaria de dividir esse sentimento com vc leitor. Falta uma boa festa, mulheres, futebol e rock. Faltam pensamentos inconseqüentes, atitudes inconseqüentes. Porque as vezes para progredir, um pouco de regresso é necessário. Faltam tardes apenas dedicadas a prazeres retardados como andar de bicicleta pelo sudoeste ou assistir jogo de futebol com os amigos. Falta sair por ai a noite, andar sem rumo, conhecer pessoas bacanas. Falta fazer rodas aleatórias de violão e cantar. Falta coragem e dinheiro para subir no videokê do Strangers e azucrinar as pessoas com a minha bela voz. Falta álcool em minhas veias.Faltam amigos para dirigir. Faltam gritos que rasgam o céu, abraços fortes, risos dolorosos.
Falta ligar para as pessoas sem me preocupar se vou interromper seu sono ou seu sexo. Falta sentar debaixo de blocos da asa sul e gastar madrugadas em conversas sem fim.Falta muito da juventude brasiliense no meu eu atual. Falta me perder um pouco. Ficar perto de quem faz bem. Buscar novas pessoas que me façam bem.
Brasília não sustenta o pato way of life. Mas eu sustento! Falta chegar em novos lugares, falar conhecidos e desconhecidos. Falta a dança ridicularizada. Falta a cantada sem graça. Falta o desejo de que a noite não termine. Falta mostrar para as pessoas que Brasília pode ser divertida se a busca for pela diversão. Falta desapegar das pessoas que não querem minha companhia. Falta grosseria e até estupidez da minha pessoa. Porque eu to com saudade até de ser estúpido. Ahh caralho, falta tanta coisa!
Estou com pena dos meus amigos da UNB. A essa hora devem estar com caroços em seus órgãos genitais de tanto coçar o saco. Quando te encontrar na rua leitor, eu realmente espero estar bem alterado. Quero aprender a cantar “hey jude” bêbado.

Caro leitor. Esse post não passa de mais um desejo infantil desse “bloguista” que ainda sonha em conquistar o mundo. Espero que acerca desses meus desejos, vc seja capaz de refletir sobre aquilo que vc mais quer no atual momento. Eu sei que esse texto foge ao que tem vindo nesse blog. Quero meus textos tão voláteis quanto o próprio escritor. E por isso,ao menos por hoje, deixo aqui uma mensagem bastante significativa: Pau no cu dos filósofos! Deus ajuda os letrados, ousados e tarados!
Obrigado pela leitura!

domingo, 21 de março de 2010

Vícios e virtudes.

Pela primeira vez posso afirmar que começo um texto a mão. Poderia estar fazendo o que faço de melhor: socialização. Só para constar, comecei esse texto ao ar livre em um momento em que as pessoas normalmente se socializam. Eu poderia sair por ai falando com todo mundo. Não me acrescentaria nada intelectualmente.

To vivendo uma fase de valorização do intelectual. Valorizo poemas e poetas, mesmo que as vezes não consiga interpretar-los. Valorizo textos rebuscados. Meu desafio é compreende-los. Valorizo pensamentos inteligentes, pessoas inteligentes. Meu objetivo é cativar-los (sim, foi só pra ficar bonito).Sei que ainda estou longe disso, mas tenho medo de, pela perpetuação dessa fase, me tornar anti-social. Porque se socializar, em condições normais, é mais do que um habito: é um vicio.

No atual momento vejo que as pessoas estão perdendo a graça. Está tudo sem graça. Nem os pensamentos chatos de dias atrás me parecem tão relevantes. Não agora... A exceção feita por alguns acontecimentos da sexta, o que inclui a minha mancada sensacional.

Caro leitor, esse ser que aqui escreve não consegue visualizar as cores do mundo, sentir os abraços sinceros, muito menos valorizar a companhia de bons amigos.

E por isso escrever tem se tornado meu novo vicio. Ainda que me falte habilidade, a escrita tem me acrescentado muito intelectualmente. Porque o conhecimento é a única coisa possível de ser valorizada atualmente. E a arte da socialização, da qual tenho doutorado, tem deixado de ser tão instigante. Porque as pessoas do mundo perderam seu encanto. O “socializar” ainda é minha virtude. Parece deixar de ser meu vicio. Ainda é cedo para concluir.

Um belo dia, se tudo der certo, a escrita deixará de ser apenas um vicio e se tornará uma virtude. E nesse dia, a vontade de conhecer pessoas novas será apenas um passatempo sem relevância. Nem virtude, nem vicio. Até lá vou parar de me preocupar com tudo que me acontece em minha volta e ao mesmo tempo deixar de ser tão indiferente como agora. Buscarei o equilíbrio. Um dia vou conciliar meus vícios com minhas virtudes e ser alguém muito melhor do que sou hoje. É isso que a gente precisa. Aprender a conciliar nossos vícios e nossas virtudes. São nossas características únicas, que moldam nosso caráter.

Caro leitor, hoje devo te pedir desculpas. Devolvo elogios empolgantes com um post de péssima qualidade, bem egocêntrico e quase nada reflexivo. Antes de nada, foi um momento de auto reflexão extremamente necessário para minha pessoa. Espero obter sua compreensão. Valorizem a arte, porque ela nunca perde seu encanto. Aquele filosofo revoltado, cujo nome não ouso a tentar escrever, as vezes parece certo.

Obrigado pela leitura!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Relações em forma de palavras

Quem é freqüentador do meu blog sabe que eu adoro fazer comparações. A maioria delas são bizarras, viajantes e ainda assim conseguem fazer total sentido (opinião nada modesta desse escritor super modesto). Acreditem se quiserem leitores, mas eu trabalho bem minhas comparações. Fico tentando achar defeitos nelas toda hora...nem sempre tudo dá certo, mas vc dificilmente me derrubará com um argumento simplista.
Esses dias eu escrevi uma carta. Alem de várias bobagens, citei uma comparação que estava trabalhando para esse blog há muito tempo. Seria uma honra poder dividir essa comparação com vc leitor. Caso aceite esse presente, por favor, passe para a linha de baixo.
Penso muito sobre a forma que cada um tem de escrever. Porque a forma de escrever pode dizer muito sobre as pessoas. Vejo blogs de pessoas que escrevem rebuscadamente, de pessoas que gostam de falar delas mesmas (é o que mais tem!), de pessoas que gostam de refletir sobre as desilusões da vida, blogs de poetas...enfim! Assim como eu “avalio” a forma dos outros bloguistas de escrever, sei que sou avaliado da mesma forma. Acho que as coisas expostas aqui na internet falam muito sobre cada pessoa. A forma como escrevemos/ comentamos nos blogs alheios molda nossas relações virtuais. Até aqui, nada escrito nesse post é novidade. Nossas relações são moldadas pelas palavras.
Agora vamos pensar que todas as relações pessoais poderiam ser moldadas através da escrita. Sim, vamos pensar que as palavras não são apenas exclusividade dos bloguistas! Peço para que vc não questione, apenas tenha esse ponto de vista como verdade absoluta.
Todas nossas relações poderiam ser expressas através de palavras...algumas, de tão curtas poderiam ser expressas em pequenos períodos ou parágrafos...normalmente são relações superficiais e mal acabadas. Considero essas relações curtas muito presentes na minha vida atual. São rápidas e práticas. Quem sabe um dia me livro desse vicio.
A medida que nos relacionamos, vamos construindo períodos e parágrafos novos. Vamos moldando nosso próprio texto. E claro, todos nós ainda temos relações moldadas em textos. Não chegam a serem superficiais, muito menos densas. Alguns textos, de tão longos, não podem mais ser chamados simplesmente de textos. Se transformam em livros. Isso que é o interessante das coisas. Escrever um livro...quem aqui nunca pensou em escrever um livro com um grande amigo? E quem aqui nunca ouviu/ falou de forma apaixonada, expressões como “escrever nossa própria história”? Vejo que a analogia é valida. As palavras explicam por si só.
Algumas (poucas) relações podem ser sintetizadas naqueles livros grandes, pesados e de capa dura. São relações densas, fortes e cheias de conteúdo. São as relações para a vida toda ou ao menos grande parte dela. São realmente fortes.
E para concluir leitor, posso afirmar que criei hoje uma nova meta. Porque crio novas metas com muita freqüência. A meta do dia é escrever mais. Quero escrever novos parágrafos, transformar parágrafos em textos, os textos em livros, e os livros em histórias sem final. Porque o reforço dessa escrita realça o quanto a vida é bela e bonita se olharmos o mundo de forma otimista. Porque escrever novas relações mostra o quanto somos bonitos por dentro.
Eu realmente espero que tenham gostado/ concordado. Obrigado pela leitura!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Luto

Pela segunda vez, assim como um amigo meu, escrevo o titulo antes de formular o texto. Caro leitor, já aviso. Esse post não será nada feliz. Ontem a noite descobri que um colega dos tempos de sigma sofreu um grave acidente e veio a falecer. O Samir. Não sou hipócrita, não considerava o Samir um amigo, amigo mesmo. Ele era um colega, mas por acasos da vida, nunca tivemos relação solida de amizade. Só para constar, estávamos longe de ser inimigos. Acessando os arquivos da minha memória ultra mega escrota, acabo lembrando de algumas situações engraçadas envolvendo o “sem mil”.

Em 2006, o Samir caiu na minha sala do sigma. Fazíamos parte da mesma bancada de laboratório de biologia. O gosto por falar merda era algo comum a todos os componentes daquele grupo. Devo reconhecer que o Samir era bem competente nisso. Lembro duma aula de matemática em que ele soltou uma piada divertindo a turma e irritando o professor. Como eu reprovei o segundo ano, lembro daquele professor, um ano depois, repetir a piada do Samir para a turma, antes que outro estudante atrevido o fizesse.

Lembro dum churrasco do 3ºA que voltei para casa de carona com ele. E foi uma carona salvadora...ouso a dizer que lembro bem da ultima vez que o encontrei. Foi assim por um acaso. Em 2008, estava fazendo o terceiro ano. O Samir já tinha se formado. Encontrei ele perto do sigma, ele me contou que tava fazendo engenharia mecânica na Unip ou Upis, não to lembrado agora a faculdade. Ele aproveitava que os pais iam deixar a irmã do sigma ia pra faculdade. Conversamos um pouco antes de eu entrar na escola. Ouso a dizer que lembro até da gente se despedindo na porta do sigma. “a gente se vê por ai Samir!”. Se eu não to enganado, essas foram minhas palavras cordiais. Veio o vestibular do meio daquele ano, soube que ele passou na UNB. Nunca Tive oportunidade de ao menos parabenizar-lo, não éramos tão próximos.

Acho hilário essas coisas. O Samir nem fazia parte do meu cotidiano. Longe disso. Pelo que leio das manifestações orkutidianas, o Samir era querido e amado por vários amigos. E agora eu sei, que nunca terei a oportunidade de ser um deles.

Então caro leitor, vc deve se perguntar o motivo da minha escrita. Além de uma pequena homenagem ao rapaz, que sempre acho válida, fica aqui a reflexão... Penso em como as pessoas acabam se vendo constantemente aqui em Brasília. Sim, porque Brasília é uma cidade em que as pessoas se encontram muito mais sem querer do que querendo. Sempre achei isso de Brasília bem divertido. E esse meu ultimo encontro descrito com o Samir foi assim. Por um acaso. Daqui a uma hora vou ter que voltar pra rua, e tenho uma grande possibilidade de encontrar alguém conhecido. O que me entristece é saber que esse conhecido jamais será ele. Jamais voltaremos a conversar.

A idéia que tenho da morte como um processo natural em nossas vidas. Não quero entrar muito no campo religioso/espiritual agora... penso que o Samir está bem agora. Só pelo fato de estar longe desse mundo indecente, já faz com que ele esteja bem. O problema é a saudade que fica. Porque saudade dói. Acredito que a família e os amigos estão sentindo bem isso agora. Acho justo publicar esse post na comunidade do Samir. Familiares e amigos saberão que até mesmo um simples colega de turma do ensino médio se sente comovido com a situação. Isso apenas realça o fato do Samir ser um cara gente boa pra caramba. "Sou maluco magrelo de cabelo amarelo gosto de cogumelo...". Isso tava no Orkut dele, achei divertido. E essa tem que ser a imagem que fica. De um cara divertido, que faz bem as pessoas. Isso ninguém pode negar. Desejo forças para quem é próximo dele. Os comentários estão abertos a todos...
Obrigado pela leitura!

sábado, 13 de março de 2010

Sonhos

Escrevo sem motivo, sem razão. Escrevo por estar deitado, cercado de pensamentos fúteis em minha cabeça oca.Escrevo sem pensar direito. Escrevo por querer dormir. Escrevo por querer sonhar. Sonhar e sonhar. Sonhar que um dia, estarei voando. Desafiando a gravidade. Sonhar em se lembrar dos meus sonhos. Sonhar em ter novos sonhos. Sonhar coisas boas. Eu quero sonhar. Eu quero viver.

Tá ai uma coisa que as pessoas mais velhas tinham que aprender com os mais novos. Construir sonhos. Porque quanto a gente envelhece, adquirimos maturidade. Percebemos que não é sempre que podemos sonhar. A gravidade é mais atuante sob os pés dos mais velhos. O peso da gravidade tira nosso sono, por conseqüência nossos sonhos. Confesso ter uma certa inveja dos meninos de 15 anos, assim como penso que caras de 30 tem uma certa inveja da minha pessoa. Bebendo com amigos, conheci um cara de 50 anos que tinha sido dispensado pela namorada. Ele se mostrava saudosista de sua juventude. Simpatizei pela figura!

Crescer dói. E essa dor é causada pela gravidade. A famosa gravidade, citada por intelectuais do mundo inteiro. Gravidade citada por esse blogueiro fracassado, cercado de pensamentos. Essa semana, cortei o cabelo. Raspei na maquina 4. Algumas pessoas até elogiaram, mas eu achei uma merda. Fui pra UNB esses dias. E como me perco na UNB e tendo a cabeça raspada, acabei automaticamente passando por um calouro qualquer. Calouro cheio de sonhos, como vários outros que encontramos por ai. Divertido me passar por alguém mais novo, cheio de sonhos. Poderia andar com um sorriso no rosto e cara de retardado para começar a atuar como um calouro sonhador. Sem querer, fiz do meu corte um significado.

Me diga caro leitor, sonhar é perda de tempo?! Não falo de sonhos palpáveis, falo de sonhar fazer o “impossível”, o inimaginável. Ontem deparei com um bêbado deitado no chão. Nem sabia o que ele tinha. Achei que não tivesse respirando. Achei que ele precisava de um socorrista. Por um breve segundo me peguei sonhando em aplicar meus (poucos) conhecimentos e pra tentar salva-lo. Sonhei em ser herói, em obter admiração das pessoas que tentavam, de forma leiga, ajudar o bêbado. Sonhei, acima de tudo, com meu próprio reconhecimento. Sim, porque sonho em voltar para “A semana de arte moderna do sigma” e assistir minha própria interpretação do Monteiro Lobato. Sonho com os aplausos e elogios. Sonho com a badalação dos ensaios. Sonho com a cena e com o sucesso. Sonho muitas coisas. E meus sonhos, por mais bonitos que sejam, tem uma mega porção de egoísmo.

Esses dias uma diferente me aconteceu. Por esses tempos tenho sonhado, desejado com todas minhas forças, como se fosse a prioridade da minha vida, amadurecer. Porque amadurecer é a prioridade. Me ajuda a crescer, lidar com a realidade. Me ajuda a parar de sonhar. Me ajuda a lidar com pensamentos avulsos como o do post passado.

Diante dessa contradição, o que posso fazer caro leitor? Bono Vox tenta responder. É uma das minhas frases preferidas:

Time, Won't leave me as I am
But time won't take the boy out of this man!

City of Blinding Lights, recomendo.

Não quero respostas prontas. A duvida tem se tornado prazerosamente agradável. Acabei de concluir: “Sonho em conciliar maturidade e sonhos.”
Obrigado pela leitura!

quarta-feira, 10 de março de 2010

As vezes...

Assim como um amigo meu, estou fazendo algo que os escritores normalmente não recomendam. Estou botando o titulo antes de formular o que vou escrever. O motivo disso está claro.

As vezes queremos uma resposta. As vezes queremos saber se o caminho que seguimos é mesmo o certo. As vezes precisamos sentir que nossas decisões, por mais estúpidas que sejam, nos levam a um caminho certo. As vezes precisamos de alguém que consiga dizer “vc fez tudo certo! Vc fez tudo possível dentro do seu limite.” e transmitir confiança e conforto nessa fala. As vezes precisamos parar de concentrar nosso mundo em pessoas, coisas ou instituições. Precisamos olhar para dentro e sentir orgulho.As vezes precisamos amar. As vezes precisamos ser amados. As vezes precisamos da mescla, que talvez eu nunca tive. As vezes precisamos do conflito. As vezes precisamos cansar de tanto sentimentalismo barato.

As vezes preciso, e ai meu caso é particular desafiar a gravidade, almejar algo impossível e quebrar a cara. E eu sei quando preciso. Há algo dentro de mim que diz:

-Vaaai! Faaaaz! Não perca seu tempo rapaz. Vc precisa viver. Precisa passar por isso!

As vezes sinto agir sem fundamento. Como se “desafiar a gravidade” fosse apenas uma batalha perdida. Não há honra quando iniciamos um combate sabendo que vamos perder. Há apenas burrice.

As vezes sinto uma grande simpatia por cachorros vira-latas abandonados. As vezes penso que por mais que tente, nunca serei o centro das atenções. As vezes penso me preocupar demais em ser o centro das atenções. As vezes penso que sou mesmo um cara fútil e retardado. As vezes penso que sou responsável e um exemplo a ser seguido (ok, isso tem tempo que não acontece). As vezes penso que preciso de mais amor próprio.

As vezes eu penso que todo esse sofrimento e angustia emocional tem motivos. As vezes vejo isso como um reflexo da minha imaturidade. As vezes sei aonde estou, e mesmo assim não consigo lidar com os fatos.

“Vc tá sozinho. Vc é sozinho. E vai ter que aprender a encarar o mundo sozinho. Se vira!” São meus pensamentos falando comigo.

Em meio a tanta crise e pensamentos avulsos, pergunto novamente ao meu leitor

-Porque nós caímos? (agora com a porra do acento!)

-Para aprendermos a levantar. –A resposta está na ponta da língua.

O mundo não deixa de girar para que a gente consiga levantar. As vezes eu queria ter bons motivos para acreditar em minhas próprias palavras. As vezes eu queria ser menos emotivo e mais reflexivo em meus posts. As vezes eu queria não ter que me desculpar pelos erros ortográficos, especialmente as crases do “as vezes”...as vezes queria não agradecer a leitura.

Sem comentários de caráter motivador, por favor. As vezes fico cansado deles. Frases reflexivas estão valendo!

domingo, 7 de março de 2010

Reflexões de um sabado a noite

As vezes eu penso que conseguirei seguir um caminho só. Um bom caminho apenas. Mas ai vem um lado meu que não consegue manter minhas próprias decisões. Acho que isso é imaturidade. Penso que uma pessoa madura consegue manter suas próprias decisões. Penso que as vezes devo desligar meu celular, o computador e a TV e me perder do mundo. Não, eu não faria tanta falta assim para o mundo. E essa afirmação não é de um garoto doceiro que quer atenção. Veja bem caro leitor....

Eu ainda não passo de um reles estudante de enfermagem que se acha artista. Ainda não consegui mudar o mundo, muito menos me tornar herói. Ser jogador de futebol ou ator de Hollywood requer muito treino, e todo treinamento excessivo chateia as coisas. Logo ser famoso está fora de cogitação. Ser famoso deve ser chato. As vezes acho que o mundo todo é chato. E que eu sou chato também. Mas isso ai são momentos e momentos...

É por isso que eu gosto sempre de lembrar do meu amigo Romeu, criado por Shakespeare. Naquele filme “Romeu e Julieta” com o Leonardo DiCaprio, tem uma cena muito interessante logo no inicio. Romeu está sentado na praia, olhando para o mar e escrevendo. Se eu não estou enganado, em suas reflexões, Romeu fala sobre o amor. A falta do amor. A falta do amor tira a cor do mundo das rosas e a alegria do mundo, fazendo desse um lugar chato. A falta de amor enlouqueceu muitos filósofos e seres racionais.

Vejo que a racionalidade tem inveja do amor, pela sua capacidade de transformar o mundo. Penso muitas vezes em como o amor estava presente nos discursos ufanistas de Hittler que conseguia fazer qualquer alemão realmente acreditar que os judeus eram uma ameaça a nação ariana. Dizem que evoluímos muito daqueles tempos para cá. DUVIDO! Penso que um dia o mundo conhecerá uma irracionalidade pior do que essa. Sou um cara essencialmente humanista, mas bem pessimista em relação a esse aspecto. O ser humano é capaz de realizar gestos humanitários e nobres. O mesmo ser humano é capaz de fazer coisas horríveis ao mundo como caçar e matar judeus, negros e índios. Todos nós fazemos coisas ruins devido á imaturidade e ao egoísmo. Fico pensando se que o fato de Hittler querer a morte de judeus era apenas conseqüência dele não conseguir se manter firme em apenas um caminho. E assim voltamos ao inicio do texto e concluímos que sabiamente que tenho um grande potencial para fazer coisas tão ruins quanto Hittler. Não acho que sou especial por isso. O ser humano tem um grande potencial para ser bom e mau como foi citado lá em cima. Resta saber qual desses potenciais cada ser humano vai desenvolver.

Espero amadurecer esse ano e me tornar uma pessoa melhor do que sou hoje.

Obrigado pela leitura!