Esse ano resolvi fazer um discurso. Não para ser lido ou declamado, apenas queria registrar o momento. Sim caro leitor. No dia 26 de Abril completarei aproximadamente 7300 dias de sobrevivência (pra quem não sabe, 20 anos) ao nosso mundo atual. Desculpem pelo egocentrismo, mas esse post tem um caráter bem pessoal.
Confesso que ando assustando. E os motivos disso, lembram as divagações de Cazuza em seu filme. Ando assustado com a velocidade de mudança das coisas. O mundo tá mudando e eu peguei carona nesse processo. Meus professores da enfermagem me lembraram o quanto eu mudei do inicio do curso até agora. Quando paro para pensar, vejo que essa mudança foi de fato assustadora. Pelo julgamento dos meus mestres, caminho na direção certa, o que ao menos é um alívio. Isso conforta, mas não deixa de assustar.
Nesse ano de 2010, defini algumas metas pessoais: julgar menos, continuar valorizando, e criar mais. Ainda que me sinta distante desse processo, vejo esse ano de 2010 como promissor.
Tenho conhecido pessoas interessantes, a maioria das vezes de formas divertidas. Se um dia realmente resolver escrever “as crônicas de pato” vou me orgulhar da forma com que consigo desfrutar da minha própria juventude. Quem me conhece sabe o quanto sou recompensado pela minha ousadia. “Deus ajuda os ousados, letrados e tarados”. De todas as frases que criei, essa é uma das mais geniais (Não sou nada humilde). Tenho ouvido amigos, principalmente os mais velhos. Esse ano recebi dois conselhos bem interessantes:
-Vitor, nunca perca essa sua cara de pau.
-Vitor, aqui na faculdade, as pessoas são muito bitoladas. Não temos oportunidade de aprender nada que não esteja relacionado a área de saúde. Não se desliga do mundo das artes, porque vc pode ficar igual a eles.
Sábios conselhos. Pretendo segui-los fielmente. Pretendo enxergar a sensibilidade do mundo. Pretendo ver a maldade nos olhos das pessoas e retribuir com um sorriso. Tenho tentado aprender.
Tenho buscado separar um tempo para ficar só. “De mãos dadas comigo mesmo”. Nem sempre é fácil. As vezes vago sozinho durante shows alternativos, observando o comportamento das pessoas. Um dos meus prazeres tem sido observar os outros. Me isolo de grupos grandes e busco uma paz interior. E paro constantemente para observar o ambiente em que estou inserido. E tudo isso faz parte do aprendizado.
Tenho aprendido, aos poucos, valorizar sorrisos sinceros. Desvalorizo o sexo e os momentos carnais. É um mecanismo bem eficiente de domar meu ego ferido. Porque esse ano já tive meu ego gravemente ferido, o que é raro de acontecer. Mas as vezes acontece. Faz parte do aprendizado.
Enfrentar ou fugir dos fantasmas que insistem a rebaixar nosso ego é uma questão de escolha. Tenho permutado entre as duas ações, sempre indeciso. Oscilamos diariamente entre o progresso e o regresso. Faz parte do aprendizado. Até o fim do ano, ainda pretendo mudar bastante. Seguir com o processo de aprender.
Olho para trás. Apesar dos meus medos infantis, devo ficar feliz por tudo que tem acontecido comigo. Devo me orgulhar dos sorrisos e abraços sinceros e espontâneos. Devo rir dos beijos e relacionamentos mal acabados (e não são poucos). Talvez eu precise fazer um esforço maior para mudar certos hábitos. Devo, prioritariamente, me permitir. Sofro por perder meu tempo com ódio e inveja. Aos poucos tento domar esses sentimentos ruins. E tudo isso faz parte do aprendizado. Vejo que tenho muito o que aprender.
Preciso te agradecer leitor, não só pela leitura, mas também pela paciência. Preciso agradecer especialmente a aqueles que costumam a comentar aqui. Vcs não tem idéia do quanto me estimulam a escrever. Têm aparecido novos seguidores. E ainda conto com a fidelidade dos seguidores “antigos” que sempre estão aqui formulando seu diagnóstico moral sobre minha pessoa. E sim, isso me faz feliz. Vc leitor, é fundamental para a perpetuação dessa escrita. Amanha é meu aniversário, mas hoje, sou eu quem estou te aplaudindo.