domingo, 31 de julho de 2011

Terapia comunitária

Naquele espaço próprio para tanta exposição, achava que se sentiria a vontade para compartilhar suas idéias e pensamentos. Mas as pessoas não se interessavam pelas “palestras” e sim pelas experiências de vida de cada um.
Ao escutar uma história, as pessoas daquele ambiente se permitiam ouvir, se colocar no lugar do outro, chorar pelo outro, sentir o outro. De uma nova forma. Os relatos sobre perdas fizeram o rapaz refletir sobre as mudanças.
A mudança, como já disse aqui, é ma certeza da vida. Seja para o bem ou para o mau, sempre vai ocorrer. Quando crescemos, nos deparamos com a necessidade de fazer escolhas, que esta diretamente ligado com a mudança. Podemos escolher não mudar, o que seria viver de uma ilusão. Acredito que estamos mudando a cada ciclo respiratório realizado.
O processo de fazer escolhas, somado as mudanças da vida nos levam a varias duvidas. “Será que escolhi o caminho certo?” “O que seria de mim se eu não tivesse vindo para Brasília?” “Como seria minha vida se minha irmã estivesse do meu lado?”
Devo lembra-los leitor, que nem sempre temos o direito a escolha. O “melhor” para gente muitas vezes pode ser decidido pelos nossos familiares e/ou entidades maiores (chamamos de Deus).
Quando não temos o poder de escolha, nos sentimos invisíveis, impotentes. E tudo isso me lembra o quanto que crescer dói. Essa dor ninguém tem sozinho. De tudo issso, o que fica é a coragem, o equilíbrio e o respeito.
Não é a toa que vi as pessoas em minha volta enxergando o próximo de forma diferente. Não é a toa que agradeço a todos que estiveram comigo. Não só pela leitura Mas pelos abraços sinceros. E sorrisos. Vários sorrisos.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sobre o tempo

A cena da moça bonita aquecendo as mãos daquele rapaz o fez pensar no que é, no que foi e no que poderia ter sido. A ternura que ela esbanjava sem o menor esforço,as risadas escandalosas e aquelas conversas, ora inteligentes, ora idiotas, o faziam inimigo do tempo. Porque o tempo determinaria que a noite havia acabado. E com o fim da noite a moça deveria voltar para casa. E não sabia se haveria outro momento mágico como aquele.

Afinal, quando escolhemos ficar com alguém, estamos simplesmente enganando a solidão ou buscando um verdadeiro complemento?
O presente fazia dele um cara completo, por ela ter estado ali. Para o futuro, havia só uma certeza: evitaria enganar a solidão.
O tempo, digo, a desgraça do tempo fez o rapaz descobrir que os homens tomavam o lugar dos meninos. E que precisava muito para se tornar homem. Precisava de orientação. (Principalmente na hora de dirigir). Precisaria de algo que nem ele sabia se algum dia conseguiria ter. Os momentos de vida o faziam se sentir impotente.

Precisava voltar a escrever, aproveitar a inspiração.
Precisava parar de temer o que ainda não chegou.
E precisava conquistar o tempo. Porque o tempo leva a saudade. E a saudade pode proporcionar novos encontros. E os encontros abrem possibilidade para novos momentos. E os momentos podem lhe trazer inspiração. E mãos quentes.

Obrigado pela leitura!