terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Discurso de formatura

Encerro o ano com meu discurso de formatura. Inspirado em alguma coisa que escrevi aqui no passado, obvio.

Desafio a gravidade2

Boa noite! Gostaria de agradecer a presença de todos para comemorarmos a chegada desse grande momento. Escrever um discurso para essa turma que me acolheu tão bem foi um prazer imenso. E começo realizando uma provocação a todos os presentes:

Porque nós caímos? A pergunta é feita pelo Alfred, para seu patrão Bruce Wayne no filme Batman Begins, lançado em 2005. Analisando a pergunta de forma objetiva, temos a lei de Newton explicando força gravitacional e a atração de nossos corpos ao chão. Mas essa questão não é tão simples quanto parece. Em breve entenderemos...

Mas não estamos aqui para falar de quedas e fracassos e sim de pessoas e momentos extraordinários. Escolhi esse termo para tentar expressar tudo que passamos até chegarmos aqui pelo seu significado. Segundo o dicionário, não aquele voltado aos profissionais da saúde, extraordinário, do latim extraordinarious significa: fora do comum, excepcional, anormal. Raro, singular, notável. Admirável, espantoso, imprevisto ou inesperado. E porque não dizer, com o perdão do trocadilho, ESCSito ou extravagante?

Somos a síntese de tudo isso. E somos um algo a mais que me foge a definição em palavras. Somos enfermeiros, somos profissionais. Somos loucos, talvez, e só talvez por ingressarmos nessa escola muito engraçada, sem aula, sem matéria e descanso, quase nada. Somos loucos, por agora assumirmos a condição de tutela sobre nós mesmos. Sem docentes ao nosso lado a partir de agora. Somos loucos por estarmos aqui, para o fechamento desse ciclo. E digo que somos sensatamente loucos pela nossa ambição de querermos mais. Modificar realidades? Nossa meta. Modificar vidas? Nossa produção diária.
 
Nossas escolhas, daqui para frente, não mudarão alguns fatos: a terra continuará girando, a gravidade continuará nos puxando para baixo e a insalubridade moral presente lá fora nos dirá que é impossível realizarmos sonhos. Salvo cardiopatia, nosso coração continuará bombeando sangue aos nossos membros em uma velocidade extremamente rápida. Levará oxigênio inspirado pelos dos nossos pulmões. Com isso nossos músculos poderão se contrair e nossos ossos continuarão a nos sustentar. Membros inferiores nos manterão levantados. E então, veremos nossas escolhas interferindo nos fatos: permanecer de pé não implica em superar a gravidade, mas significa desafia-la constantemente. E estar apto a realizar sonhos.

E ai que entra a resposta simples, porém genial do próprio Alfred a pergunta feita no início desse discurso.
-Porque nós caímos, patrão Bruce?
-Para podermos aprender a nos levantar.


Então proponho o ultimo pacto de convivência da nossa vida acadêmica, e o primeiro da nossa vida profissional: Que sejamos a síntese da ousadia e inovação, do embasamento teórico e da perseverança e paciência. Que sejamos mestres tão bons ou melhores do que esses que nos acompanharam. Quando lembrarmos no significado da palavra extraordinários, lembraremos desse momento e de outros tantos que fizeram jus a estarmos aqui. Lembremos de momentos que nos fizeram aprender que a excelência somente é alcançada a partir da transformação de experiências negativas em sentimentos nobres. Ficaremos de pé e alcançaremos voos maiores.
Quem aceitar, por favor se levante.
Obrigado (a).

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Lulu: um aplicativo a frente de seu tempo.

Provavelmente arrancarei a antipatia de muita gente escrevendo isso. Mas sinceramente só consigo gostar um pouco (bem pouco mesmo!) daquilo que ando lendo por ai. Não importa se é apenas um intelectual do fb, psicólogo, antropólogo, analista ou pseudocaralhoista quem escreve. É como se esse assunto que vou chamar vulgamente de guerra dos sexos estivesse totalmente esgotado por quem cita a dominação masculina através dos tempos como justificativa justa ou injusta para a criação do lulu. Não sou idiota suficiente para desprezar nossa (vergonhosa) história. Mas acho interessante utiliza-la para pensarmos a frente. E é isso que tentarei fazer nesse texto.
Começo minha critica com uma frase da Rachel do Filme Batman Begins que define bem o que penso sobre o caráter humano: “Bruce, não é o que você é por dentro, mas aquilo que você faz que define você.” Fácil para qualquer leitor dizer que concorda com isso. Mas estamos vivendo em uma sociedade de grande culto as aparências, portanto, louvando o pseudo intelectualismo. Conheço mulheres que chegam em um  grupos de amigos específicos falando que piroca de Joãozinho é maravilhosa e grande e, ao mesmo tempo, condena o aplicativo lulu por conta de uma suposta vingança feminina. Meio contraditório, no mínimo.
                E falando no lulu. Quem me conhece, sabe. Gosto de falar besteira. Já fui taxado de machista por isso. Ou por gente que prefere rotular a conversar, porque ‘não gosta de conversar com machista’. Em contrapartida, já fui chamado de “um dos caras mais feministas que conheço” por algumas amigas. E sim, tem haver o que faço.
Louvado seja Rachel que nos fez refletir sobre nossas atitudes. Juro, que se tivesse religião, rezaria todos os dias para que sua alma estivesse em um bom lugar. Se o segundo filme do Batman teve algum defeito, tenho certeza que foi sua morte.
Uma vez conheci um cara que adorava falar que as mulheres não prestavam pra isso, isso e aquilo. De início ele conquistou minha antipatia, e de todas as mulheres, claro.  Com o período de convivência (viajamos juntos com um grupo durante algumas semanas), percebemos o quão carinhoso e respeitoso ele era com as mulheres e suas falas machistas não passavam de uma grande e estúpida brincadeira. Nada a ser levado a sério.
Entendo um pouco quem discorde de mim. Afinal, em uma sociedade em que um shorte curto é interpretado como um convite a estupro, palavras como a do meu amigo acima ganham uma força muito maior do que as atitudes dele.
Já entrei em banheiro de festa bêbado falando que fazia sexo com a Megan Fox todo dia. O curioso é que muitos ali também. Sempre arrancamos boas risadas disso. E ninguém levava a sério.E esse tipo de cena é a síntese do que é o lulu. Uma brincadeira assim meio bestona.
Nunca fui frequentador de banheiro feminino. Entrei algumas vezes por engano, principalmente quando era pequeno. Nunca consegui ouvir o papo que as mulheres tem no banheiro feminino. Mas imagino que muitos deles não são muito diferentes daquilo que é colocado no app. Diferença entre o lulu e o banheiro feminino? Exposição, chuto eu. No app ela é democrática, ainda que os homens precisem ter o trabalho de cancelar conta. Já no banheiro feminino, a coisa foge ao nosso controle, sem ficarmos sabendo, claro.
A aqueles que não querem exposição que o lulu leva: saiam do facebook e vivam num conto de fadas onde ninguém comenta de ninguém, por favor. Mas não venham com processo em cima de um aplicativo desses. Você não foi exposto porque alguém disse que você arrota e peida. Tenho certeza que existem problemas na justiça mais importantes. E uma criança faminta poderia ser salva se você pensasse menos no seu próprio umbigo.
                Ainda tenho esperança que antes da próxima era glacial possamos entender coisas básicas que contrariam o senso comum, como que mulheres não tem culpa por  sofrerem  violência. E ai, quem sabe, o aplicativo lulu não seja colocadoem seu verdadeiro lugar:como algo que não deveser levado a sério.
“O lulu objetifica o homem”: Quantos relacionamentos não são mantidos através do sexo?! Isso quer dizer que chega um momento em que os namorados (as) são apenas objeto sexual? Ser 100% politicamente correto só reforça a hipocrisia humana. Falamos sim uns dos outros.
“O lulu reforça esteriótipos”: Não acredito, mas pode até ser que sim. Em um mundo onde  os serem que fogem do esteriotipo comum para fazer parte de uma espécie alternativa de esteriotipo, não dá pra fugir muito disso. Chamo de viver em sociedade. Querem mudança? Solicitem novos padrões de boas características.
                Ai me vem esse tal de tubby. Confesso eu pensei em usa-lo para revelar a intimidade sexual da Megan Fox pra todo mundo. Só que por mais desocupado que eu esteja essa semana, dormir tem sido uma atração mais interessante. Além disso, ninguém acreditaria em mim. (contem ironia ai, tá?) Patetico?  Deplorável? Não sei se encontro adjetivos melhores para definir ele...só tenho a lamentar. É mais uma prova que vivemos em uma sociedade patética. Falar dos outros não implica em revelar momentos íntimos.  Isso é coisa de quem tem problemas sérios de autoconfiança.
                Não se trata de uma relação maniqueísta da guerra do sexos. É só uma brincadeira boba. E todo esse auê criado por ai é necessário refletirmos sobre uma sociedade mais igualitária. Mas mostra o quão jurássica é a nossa mentalidade. E é o que justifica o título desse texto.

Obrigado pela leitura! 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Daquilo que irá chegar.

Vivo um pouco da intensidade, (e porque não?) da rotina de cada dia e da certeza de que o amanhã será um grande e valioso mistério.
Me sinto como em meus primeiros posts. Alguém que sente ter muito a falar, mas não sabe exatamente o que quer dizer/escrever.
Deve ter relação áquilo que dizem sobre cultivar uma verdadeira essência.
Aguardemos os próximos episódios.
Obrigado pela leitura.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Ato médico

Deferia ser contra. Porque faço enfermagem. Se fizesse medicina, obvio; deveria ser a favor. Afinal não é o que acontece?!
Tento me distanciar do que faço e analisar a questão buscando a neutralidade. Vejo posicionamentos extremamente polarizados.
Eu fico pensando se em meio a esse embate fosse comprovado que algum lado estivesse certo. O lado errado abriria mão de seu posicionamento?
No meio em que estou, dizem que os médicos são centralizadores e individualistas. Do “outro lado” dizem que as outras profissões da área e da saúde querem assumir responsabilidades que não as competem, porque no fundo querem ser médicos. É o bem contra o mau. Só não me disseram de que lado estou.
Eu vejo ódio disseminado em meio a esse conflito. Mas uma parte (provavelmente muito ingênua) minha acredita no bem das pessoas. Torço para que essa irracionalidade escancarada seja filho abortado do amor daqueles que defendem suas profissões “com unhas e dentes”.
Pensando assim, talvez eu consiga ser otimista. Pensando assim, talvez eu comece a entender que esse sentimento una e não separe todos. Pensando assim, talvez eu entenda melhor as o efeito das loucuras do amor. Num âmbito profissional, obvio. Não me peçam para estender essa parte especifica da reflexão para outros setores; acho que não dou conta.
Essa loucura, como foi dito, beira a irracionalidade. E fazem ambos os lados falarem do paciente. E esquece-lo ao mesmo tempo.
Vou sobrevivendo em meio a esse caos, desejando, do fundo da minha alma, debates e aprofundamento do tema. De ambos os lados. De forma cordial e respeitosa. Seria possível (?)

Alguns anos atrás eu dizia que debates políticos eram meras burocracias e eternos faz de conta ou que não levavam a lugar algum, porque nenhum “dos lados” iria ceder. Hoje me pego desejando um pouco mais dessa burocracia.  Não para se chegar a uma nova conclusão. Mas numa tentativa de racionalizar o “irracionalizavel”. E me fazer não querer mais ficar alheio a tudo isso.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Esquizofrenia aguda

As vezes no rumo de casa me vejo obrigado a desviar do meu caminho. Sigo pelo centro da cidade, na esperança de que em meio a toneladas de cimento e restos mortais, eu tenha um ataque agudo de esquizofrenia.
E que "as vozes daqui de dentro" falem algo novo. E Extraordinário.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Machismo ou fetiche? Eis a questão

Caro leitor,
Ando aprendendo algo que todos, em teoria, dizem ter. Opinião. Confesso que gosto de assuntos polêmicos. Minha tendência em relação a eles é ficar em cima do muro. Mas sempre levo em conta os vários lados existentes entre eles. Quando tenho uma opinião formada, ela costuma a ser bem forte. E polemica. Já causei polemica ao falar disso uma vez. Causo de novo. Até porque hoje tive uma excelente reflexão a respeito desse assunto. E confesso, hoje tenho mais duvidas do que certezas ao opinar a respeito da “objetificação” das mulheres. Talvez a opinião de quem leia isso aqui possa abrir (mais) minha cabeça. Ou talvez eu abra a cabeça de alguém. Vamos lá:
A algum tempo atrás um escritor botou a mão entre as pernas da panicat Nicolle balls. Ele falou algo muito interessante a respeito daquela atitude inusitada e desrespeitosa:
-As mulheres não são objetos mas deveriam parar de se comportar como tal.

É preciso, em primeiro lugar, deixar claro que a fala dele não justifica qualquer atitude de violência sexual/estupro. Me sinto na obrigação de ressaltar que é impossível defender esse ponto de vista. Mas pelo menos em mim causou uma série de reflexões.
Vivemos em uma sociedade machista, isso é fato. Assim como ainda vivemos em uma sociedade racista. E preconceituosa. Faço uma analogia ao racismo até para provocar o leitor:

Não vivemos mais no tempo da escravidão. Mas existem historiadores que defendem que o negro foi um agente histórico, ativo da escravidão. A começar que negros da áfrica comercializavam prisioneiros de tribos rivais. O negro já tornava o outro negro escravo. E quando um negro era livre, a primeira coisa que ele fazia era comprar um escravo.

E com as mulheres é diferente? Esse é o grande questionamento desse texto.
Existem movimentos feministas diversos que lutam contra o machismo. A marcha das vadias é um deles. Tenho aprendido a admirar esse movimento.
Porém, eu acreditava que existem mulheres que, em contra partida, contribuem para manutenção do nosso machismo de cada dia. O tempo verbal da frase acima é importante. Explico: panicats, ringgirls e afins TALVEZ se prestem ao trabalho de se representarem meros objetos sexuais frente a televisão.
É o que grande parte da mídia coloca. Independente delas se colocarem nesse papel ou não, preciso deixar claro: elas podem fazer isso. Não sou ninguém para julgar e criminalizar as atitudes delas. Mas é preciso parar e pensar que esse papel, no mínimo, leva a interpretações errôneas de grande parte da sociedade que ainda não progrediu em termos de mentalidade tanto quanto na tecnologia.

Defendo as profissionais do sexo com unhas e dentes. Ando preferindo esse termo a dizer prostituta ou puta. Até porque existem homens e travestis que se prostituem. O termo profissionais incluem ambos gêneros. Sou contra a objetificação dessa parcela da população. Aprendo muito com elas em meu trabalho de conclusão de curso. Mas será que elas não se colocam no papel de meros objetos sexuais?  Acredito que não...

A representação social dos profissionais do sexo está mudando. Sei que existe uma nova tendência a realizarem fetiches de forma tranquila e segura ao cliente. Elas podem oferecer grande influencia no imaginário de quem requisita seus serviços. Propagadoras do fetiche e não do machismo e a gente nem saiba.
E nesse caso, talvez nem as panicats sejam agentes históricas de uma sociedade machista. Só sejam pessoas que estejam ali, semanalmente em frente a TV, exercitando o imaginário e os desejos sexuais de grande parcela da sociedade. Sinceramente, não sei o que pensar.

Afinal, o que é o fetiche? Ainda careço de fontes para opinar. O buraco é mais embaixo. E a única coisa que eu sei, é que hoje eu consegui abrir minha cabeça ainda mais para esse tema. Talvez tudo não passe de uma questão interpretativa. Pensemos a respeito! (:

sábado, 13 de julho de 2013

Drogas

As pessoas se alteram para serem algo que elas não são. E essa é uma as grandes hipocrisias da nossa sociedade.

domingo, 16 de junho de 2013

Vamos tomar banho?

O que fazemos durante o banho? Nos lavamos? Certeza disso? Melhor rever seus conceitos, leitor. Quando somos pequenos, muitas vezes odiamos tomar banho. Como no meu caso. Para isso muitas vezes éramos incentivados a levar brinquedos para o banho. E assim ao invés de nos lavarmos, passávamos o tempo inteiro no chuveiro brincando.  Passa a ser uma brincadeira ou uma espécie de terapia, ainda pequenos.
Crescemos. A puberdade chegou. E continuamos passando tempo no banho brincando. Com o nossos próprios brinquedos , é claro. Quando adolescentes, adoramos tomar banho. E gastamos muito tempo com isso... E ai vem uma outra característica importante do banho. O auto conhecimento. Começa na adolescência quando simulamos relacionamentos sérios com as pessoas mais desejadas do nosso mundo. Nesse exercício imaginativo, acabamos nos conhecendo melhor. Ainda bem.

Na vida adulta, o banho é momento de reflexão. Sem tantas brincadeiras assim. Refletimos sobre o trabalho, sobre nossa vida pessoal, sobre aquilo que fazemos diariamente. Dependendo do seu ritmo, o banho é o único momento em que temos para nós mesmos. Seu significado é muito forte. E bem saudável. Vale a observação: Profissionais da saúde recomendam as mulheres que façam o auto exame das mamas no banho. Isso, eu não poderia deixar de relatar.

A questão é que nesse mês, nossos banhos serão fundamentais para nossas vidas. Essa onda de protestos está tomando conta da cidade. Confesso que o fb nunca conseguiu ao mesmo tempo ser tão repetitivo e divertido. Saudades até do twitter. Mas esse mês em que dizem que o Brasil acordou, merece muita reflexão. Não estamos acostumados a grandes manifestações. Não temos a sensatez exata e o feelling* exato para nos expressarmos, mudarmos o mundo e não sermos ao mesmo tempo nem violentos, nem violentados. Talvez isso nem exista, mas acredito que temos muito o que aprender. Ainda não sabemos dosar nossa energia e criatividade para expressarmos nossa opinião. Não me dirijo somente a você,caro manifestador. Me dirijo também a polícia. Ou a quem não quer fazer parte disso. Não acredito em um culpado único das repressões violentas. Daria para divagar bastante a respeito do assunto. Eu precisaria de vários banhos para isso. Quem Le, também. Acho que meu sonho de mundo seriam protestos pacíficos a cada domingo, onde poderíamos levar crianças, cadeirantes e idosos, numa boa. Como um momento realmente de expressão, criatividade e lazer; sem perder a consciência critica e a responsabilidade pelos nossos atos. E claro, que sejamos ouvidos.

Confesso leitor, não sei em que posso colaborar para o desenrolar de tudo isso que sonho. Nem sei se o que penso de forma ideal é realmente o correto. Tudo que eu posso, na certeza que estarei colaborando com o progresso da sociedade, é apenas um pedido: Por favor, tomem mais banhos. Porque assim nós poderemos deixar essa cidade mais limpa. Assim como nosso país.

*Não sei que outra palavra eu poderia usar aqui. Mas sei que ela existe.


PS: sim, pensei no texto durante o banho!  ;D

sábado, 15 de junho de 2013

Manifestação

Sobre o protesto de hoje: Fico impressionado com a calma que eu tenho em meio a desespero e ao caos. Ajudei uma garota que tava surtando de desespero por não conseguir achar os amigos e sem comunicação. Tive que quase trocar de chip com ela em meio a correria. Sem perde-la, e me escondendo de toda confusão. E ainda por cima acalma-la.

Não sei quem começou o confronto, mas o comportamento da polícia estava exemplar até onde eu vi. Estava longe na hora do quebra quebra, mas tive que correr pra não me dar mau. Acho que houve exagero da população em primeiro lugar, se houve mesmo (como me falaram) um movimento a favor de impedir os torcedores de entrarem no estádio. O que realmente provocou o quebra quebra, acredito que nunca saberei. Mas a verdade é que hoje é um dia errado pra tudo e todos. Hoje a cidade nasceu errada. E vai adormecer errada. Essa chuva no final do dia comprova isso.

Brasília paga um preço caro por ser a capital do país. Toda sujeira política desse país vem pra cá. E hoje na esplanada tivemos uma belíssima demonstração de muito daquilo que realmente nos representa: Um povo que acorda para se manifestar tarde (como esse cara que aqui escreve), exageros, de todas as partes e uma festa grande para camuflar tudo. A noite deve ter mais festa. E eu vou. Assim como fui ver o jogo em casa após tudo isso. Eu repudio os extremos. Vou a festas, vou ver futebol, na certeza de que isso não pode me fazer fechar os olhos para a realidade cruel que estou inserido diariamente.


No fim, a garota que eu ajudei disse que eu sou a prova viva de que existem pessoas legais em Brasília. Sinceramente, adorei o elogio. Mas acredito que podemos ser muito mais do que isso.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Turista.

                Saia de seu compromisso a noite. Se dirigia a esplanada. Precisava fazer um reconhecimento de terreno. Vivia naquela cidade durante 23 anos. De repente parecia tudo novo e diferente. Se você acredita em astrologia, saiba que ele era taurino. De fato era territorialista de acordo com o que astrólogos diziam a respeito. Talvez ai o conflito. Esses dias a cidade ficaria estranha. Irião estragar de vez o futebol. Lembrou da primeira copa do mundo. Foi no Uruguai. Estava com a camisa daquela seleção no momento. Se não estava errado, aquela copa contou apenas com 13 seleções. Foi boicotada por europeus. A copa seguinte contaria apenas com 11 seleções...E quantos dos organizadores realmente sabiam disso?
                Estão destruindo o futebol e a sua essência. Irão destruir essa cidade. Amanha é dia dos namorados. Mas hoje (e sempre, talvez,) tenho ótimos motivos para estar de coração partido. Não se trata de uma baranga qualquer e sim do mundo que estou vivendo e daquilo que meus filhos encontrarão.

                Antes do tour começar, o rapaz dirigia acelerado. Parecia um turista ansioso para conhecer tudo. Parou na fonte. Nunca tinha ido a aquele lugar. Era naquele lugar estranho que se sentiu totalmente acolhido. Deixava a água e o vendo bater em seu rosto. Respirava. Um pouco de alívio. O Tour tinha que seguir. Mais duas fotos do que aqueles outros lugares representaram ou representam. Seguiu para o estádio. “A pátria de chuteiras”, avistava em uma placa. Quantos daqueles jogadores sabiam cantar o hino nacional? Porque o escudo é o símbolo da CBF e não a bandeira do Brasil?
                Até aquele mês passar, se sentiria um verdadeiro turista. Para o ano que vem, desejava sair do país. Assim, talvez, se sentiria em casa novamente.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Futebol, suas doenças e a violência.

 Sempre me considerei muito fã de futebol. Fanático talvez. Quando meu time perde, fico sim chateado. Prefiro não transferir para outros campos da vida. Mas também não gosto de comentar. Quando pequeno, queria ser jornalista esportivo. Lia a respeito de futebol, gostava de estudar evolução tática e histórias da copa do mundo. Lembro que aos 12 anos, lia sobre a copa de 70. Sobre como um ditador retirou um técnico do comando da seleção porque ele ousou a peita-lo. E sobre como o Brasil ganhou aquela copa jogando o que contam que era seu melhor futebol de todos os tempos. Um belíssimo instrumento de alienação política e social.
Eu ando pelas ruas e vejo minha cidade mudando. Me desculpem por contar isso a vocês. Mas essa cidade (e esse país) não estão mudando para melhorar. Estão mudando para a copa do mundo. Se vai melhorar com isso ou não, é outra história. É uma consequência que não necessariamente está ligada a planejamento.
Eu vejo pessoas de terno, gravata e sorrisos falsos inaugurando estádios. Belíssimas arenas. Em alguns lugares, belíssimos elefantes brancos. Eu fico me questionando quantos desses políticos que estão ali realmente sabem o que é um escanteio e coisas do tipo.
Enquanto isso em nossos hospitais e escolas públicas, nos deparamos com a verdadeira realidade brasileira; escanteada por aqueles que nem devem saber o que é um escanteio. O futebol é para o povão. Sempre foi assim. Se deus existir, ele em sua profunda sabedoria, com certeza inventou o futebol num domingo para o grande povão ter um bom motivo para sorrir segunda. A vitória do seu time do coração, os lances sensacionais (ou não) daquela partida. O futebol é do povo. E não dessa meia dúzia de burgueses (desses, os quais eu me enquadro) que quase nunca foram em um estádio na vida. Sinceramente não consigo entender irão assistir aos jogos do Brasil por uma grana tão preta. Eu boicotei as copas. Só participo disso se eu ganhar dinheiro. Acho um atestado de estupidez o trabalho voluntário e o otimismo daqueles participam de tudo isso apenas em detrimento de uma grande festa.
Estão maquiando minha cidade. Estão distorcendo a logística do futebol. Tem algo muito errado nessa copa.
Alguém irá dizer que torcedores de baixa renda social são violentos e coisa do tipo e que o publico seleto não faz baderna e nem briga em estádio. Pode até ser. Mas já pararam e pensaram realmente porque tudo isso acontece? “o futebol é o ópio do povo”, alguém inteligente disse uma vez. Concordo. A questão é que exageraram na dose, causando uma certa dependência. Obrigado Médici. Você foi pioneiro disso aqui no Brasil. Tenho vergonha de saber que você foi Gremista. E raiva de pensar que essa atitude, a qual sofremos consequências até hoje, não é nem de longe a pior delas! Valeu!
Com a colaboração do nosso ilustríssimo ditador dos anos 70 (senão fosse ele seria outro!) é que encontramos a violência das grandes torcidas. A melhora desse quadro tem que começar pela punição. Não sou policial, nem entendo desse tipo de estratégia. Não sei nem errar como esse tipo de coisa deve ser feita. Mas deixemos claro que essa não é a única solução. Se tivéssemos um verdadeiro investimento a educação publica, com certeza metade desses baderneiros violentos que “não tem nada mais para fazer”, teriam mais oportunidades de emprego e qualificação, e menos oportunidades de violência. A conta é tão simples que nem parece verdade. Basta pensarmos na terapia de pessoas com transtornos mentais. Eles são mantidos com a mente ocupada. Porém, o fanatismo patológico não é uma exclusividade brasileira. Agora um sistema de saúde capaz de atender nossa população certamente faria um belíssimo trabalho preventivo. Mas “a copa não se constrói com hospitais, se constrói com estádios”.

Quando eu vejo essa logística distorcida de país (e talvez de mundo), confesso: me sinto bem deprimido.Sinceramente não acredito que um desabafo sincero como esse deverá ser lido por muitas pessoas, até por sua extensão. Mas se você for um dos poucos que não aguenta essa doença social que é a copa do mundo, essas violência urbana que se tornou o futebol, por favor, compartilha esse texto. Sei que com isso não mudaremos o mundo. Mas é extremamente confortável saber que não me encontro sozinho. Talvez quando tudo isso acabar, talvez eu realmente volte a gostar de futebol da forma como eu gostava antes. Até lá, acho que quero embora desse país. Obrigado.

sábado, 1 de junho de 2013

aos extraordinários

Caro leitor,

Escrevo aqui nesse blog para mais uma seção dessa terapeutica desengonçada, porém não fracassada, que mantenho quando me convém. Estava pensando esses dias nas rotulações e estigmas que recebemos. Mas a verdade é que meu vicio não são as festas, o álcool e as mulheres. trata-se apenas de conhecer pessoas extraordinárias. Em alguns momentos me sinto exatamente igual Sal Paradaise no filme de Walter Salles:

""E me arrastei,como tenho feito toda minha vida...indo atrás das pessoas que me interessam...porque os únicos que me interessam são os loucos...os que estão loucos para viver, loucos para falar, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e não falam obviedades mas queimam...queimam...queimam...como fogos de artificio em meio á noite."


Confesso que me vejo transcrito nessas palavras, as vezes. Porém nossa vida não é feita apenas de loucuras e libertinagens. Tenho aprendido a admirar pessoas focadas, responsáveis e disciplinadas, meu momento de vida pede isso. As pessoas podem ser loucas, inconsequentes, podem ser caretas e certinhas. Podem possuir histórias de vida fantásticas por trás de toda aquela forma sistemática e chata de lidar com as obrigações do dia a dia. Ou fazerem poses de falsos cultos e porras loucas por serem óbvios demais.

Meu vicio são pessoas extraordinárias, com brilho. Não me falem de mentiras, falem sobre a fabula de pedro e o lobo. Me ensinem, por favor, sobre o induísmo, ateísmo e caralho a quatroísmo. Me contem sobre a violência sofrida aos seus doze anos ou dos seus amantes. Ou apenas evidenciem suas dificuldades durante o dia a dia, continuando sorrindo
. Mas por favor, me façam aprender. E com isso a admira-los. E com isso, querer escrever mais.


Obrigado pela leitura.

domingo, 28 de abril de 2013

Discurso de aniversário IV


Entra ano, passa ano, e eu tento escrever aqui nessa data. Tem dado certo até agora. Dessa vez não pode ser diferente. Meu aniversário chegou. Ainda não tive tempo pra perceber isso. Meu aniversário passou, e acho que ainda não captei a mensagem. E sinceramente, não sei se quero muito bem parar e pensar. A terapia é mais longa do que eu realmente quero expressar. Eu to indo para um caminho que tem me deixado cada vez mais frio e ciente da minha responsabilidade. Talvez eu esteja virando um adulto chato e comum com muita noção de responsabilidade e pouca (?) criatividade. Em tempo: não sei se tanta noção de responsabilidade assim. Eu busco isso. Mas acho que a mudança de comportamento tem que ser mais profunda e constante. A prática leva a perfeição. E a cair na rotina.

                Me vejo cada vez mais frio e individualista. Não sei dizer se estou no caminho certo. Não sei nem se tenho vocação/competência para andar nesse caminho. Estou num momento bem critico em relação a isso.
 Noto agora que repeti a palavra frio em meu discurso. Isso não cai no gosto de quem gosta de ler. E nem no meu. Olha que não leio tanto assim...a repetição desse termo pela análise de discurso indica sim algo em relação a minha mudança... E nesse processo de mudança nem sequer posso vivenciar o luto pela perda de um Vitor (ou pato) que se enxergava intenso e era muito mais sonhador. Talvez eu pare de gostar de fazer aniversário. Crescer dói. E acredite leitor, já tá doendo. E não dá pra parar e tomar uma atitude em relação a isso. Essa é a dinâmica do mundo.
Os presentes que tenho recebidos vem em sua maioria em forma de bebida. A droga é um belo mecanismo de fuga da realidade. E o álcool me faz fantasiar outros momentos. E diferente de alguns anos atrás, quando meu objetivo era encher a cara em datas comemorativas (acho que só consegui realmente uma vez), agora penso em beber no meu limite. É a diferença entre degustar e se embriagar. E também a diferença entre se recordar e rir e esquecer e se desesperar.
Esse ano o aniversário significou algo diferente de celebrar a vida e fazer festa. Eu queria ser lembrado apenas por quem estivesse próximo e nada mais do que isso. Não queria ser incomodado. Passei um terço do dia 26 de abril estagiando, outro terço dormindo. Só restaram as redes sociais. Na verdade só é lembrado quem realmente faz festa. E lamento (acho que nem tanto assim, pra falar a verdade), não estou no momento. Tem muita coisa diferente nesse rapaz que sonhava em mudar o mundo. Talvez eu tenha perdido meu brilho. Ou talvez eu tenha apenas escondido ele em algum lugar e depois me esquecido aonde era. Seja como for, em algum momento precisarei reaver um pouco daquele Vitor sonhador.
Queria continuar escrevendo a respeito de sonhos e encantamentos para sempre. Porém me permiti a me desencantar. Na certeza de que o mundo é muito bonito e ao mesmo tempo muito cruel. Só estou tentando viver nele. Obrigado pelos parabéns. Mesmo que atrasado. (:

segunda-feira, 4 de março de 2013

Ao Deus, ou ao meu imaginário:


Caro leitor,
Não sei se acredito em Deus. Sinceramente tenho preguiça de pensar nisso. Acredito que a crença em uma entidade tão complexa e grande é indiferente para o mundo e para o tal criador. Talvez a minha (e a sua) crença não façam a mínima diferença. Venerar Deus, rezar sempre e qualquer tipo de ritual religioso que conheço...sinceramente,  eu acho ineficaz. Se é necessário rezar sempre, agradecer sempre, viver de uma forma que a igreja recomenda, acho que esse Deus nosso é meio carente. Ele tem mais coisas para fazer do que ficar se preocupando com nossas pequenas preces diárias. Somos reles mortais.

Sempre achei que o importante na vida fosse lutar por um mundo melhor, conforme nossos ideais. Nem que surjam conflitos por ai como diversos assuntos polêmicos que vemos em nossa sociedade. Casamento gay é uma boa? A maconha deveria ser legalizado? Aborto é crime? Veja bem, leitor oligofrênico: todos esses conflitos vêm de diferentes ideais, mas com um só objetivo: fazer do mundo um lugar melhor. Então acharia legal agradecer a Deus pelos conflitos ao invés de deixarem homens palpitarem no lugar dele.

Caro leitor,
Não sei se acredito em Deus. Hoje passei pela loja de um shopping onde uma vendedora foi brutalmente assassinada dias atrás. O cartaz de luto era simples, porém bastante expressivo. Por esse fato, alguns podem até dizer que foi vontade de Deus, imagino. Acho uma forma inteligente de explicar algo que foge a nossa realidade. A loucura do assassino.

Não sei se acredito em Deus. Acho que podemos ser boas pessoas sem nenhuma crença. Agora se as preces e todas as formas de expressão religiosa forem feitos com o objetivo final de transformar o mundo em um lugar melhor, “que seja feito vossa vontade!”.  E o que então é um mundo melhor? Só Deus sabe. Talvez, nem ele.

Não sei se acredito em Deus. Mas preciso agradecê-lo. Porque de fato, das pessoas que conheci em minhas ‘peregrinações’ , os que tinham maior poder de resiliência se reportavam a Deus. Dá para aprender um bocado com esses pacientes...Tem histórias que fogem a minha rotina de vida que até Deus duvida. Cita-las não vale a pena. Deus te deu curiosidade para ler esse texto, sensibilidade para se sentir agredido ou conseguir me compreender e me respeitar sem moralismo e coisa do tipo. Ou ele não te deu nada disso. Não importa. 
Agradeço a leitura.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Feliz ano novo?(!)


Não se trata daquilo que nos acostumamos a sentir. E sim do que não sentimos mais (entenda-se,  a muito tempo!) e que simplesmente vai embora. E quando se vai, cria mais uma memória (chata?) e um vazio.

“Esse é o primeiro ano das novas vidas em que os dígitos não se repetem.”

Então vamos brindar! Olhe nos olhos de quem está a sua volta e torne esse momento sagrado. Lugares vazios possuem grande potencial a serem ocupados. Basta parar de se perguntar. Vamos trocar os pontos!
Então eu começo a achar que desejar um ano novo aos outros não é tão vazio quanto parece.