quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Percepção artística

O local era o museu do Louvre, Paris. O mês era março, em pleno carnaval. Qualquer amigo desejava a oportunidade de estar ali. Aquele ambiente poderia ser definido como a capital internacional da cultura. Mas ele estava cansado. Não queria estar ali. A cidade das luzes tinha muita cultura a oferecer. Mas ele queria farra. Porque não é só de cultura que vivem as pessoas.

Aquela tal de “mana Elisa” era muito mais sem graça vista pessoalmente. Apesar disso, estava sempre cercada por turistas fotógrafos. Turista são compulsivamente alucinados por fotografia. Tiram fotos e fotos, muitas vezes sem saber aquilo que fotografam. E raramente voltam as fotos. Havia tantas obras mais bonitas, mais legais, mais curiosas por ali. Mas Monalisa era objeto de cobiça devido a grande divulgação de sua imagem. E turista não pode ver algo que dizem ser famoso, já fica alucinado. A compulsão por fotografias o irritava profundamente. Ser turista parecia ser, acima de tudo, dar férias ao senso critico. Andava pelo museu. Irritado e indignado com essa lógica de mundo.

De repente uma obra chama atenção: Venus de Milo. O conhecimento sobre a história daquela obra era bastante limitado. Começara a levantar hipóteses. Aquela obra vinha da Grécia antiga. Ouvira falar uma vez que a obra havia sobrevivido a uma invasão a um templo grego. Haviam várias hipóteses a respeito da perda dos braços de Venus. Uns diziam que seus braços foram perdidos durante a invasão ao templo grego. Outros que durante seu transporte, ela foi desmontada e transportada em diferentes navios. O navio que abrigava seus braços afundou.

Tudo estava apenas no plano das hipóteses. O fato era que aquela obra havia sobrevivido ao tempo. Então havia algo de especial nela. Monalisa sobreviveu ao tempo. Era igualmente especial, apesar de detestável. Ele sabia que a arte sobreviveria ao tempo. Meses mais tarde, através de pesquisas informais, descobriu que os homens, antes de aprenderem a se comunicar através da fala, gesticulavam, faziam teatro. Faziam arte.

A arte está presente na nossa sociedade desde que o mundo é mundo, e desde antes da fala. E assim continuará se perpetuando. Não sou especialista em falar de filósofos, mas sei que Nietzsche hipervalorizava a arte. Porque a arte readapta as necessidades da sociedade. Na literatura, o Parnasianismo nega o Romantismo. E ambos foram/são importantes para o crescimento da sociedade como um todo. A arte nega a arte. A arte reafirma a arte. E ali, no centro mundial de arte no mundo, ele fez essa descoberta. Ao mesmo tempo tão obvia e tão profunda. Os céticos que me desculpem, mas minha percepção artística só tem uma certeza; a de que Nietzsche estava certo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sentimento sem nome.

Na parada, ele espera o metrô.
Estava em pé,
olhando para o horizonte.
Olhando para o vazio.
O céu estava nublado.
O vento gelado batia em seu rosto.
Era a agradável sensação de olhar para o "mar" sem pensar em nada.
Sentimento sem nome.

domingo, 2 de outubro de 2011

Novo titulo

Morrer é preciso
(Fernando Pessoa)
Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte,apenas à ausência de vida e isso é um erro. Existem outros tipos de morte. Eprecisamos morrer todo dia. A morte nada mais é do que uma passagem, umatransformação.
Não existe planta sem a morte da semente, não existeembrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte dalagarta, isso é óbvio a morte nada mais é que o ponto de partida para o iníciode algo novo, a fronteira entre o passado e o futuro.
Se você quer ser um bom universitário, mate dentro devocê o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente. Querser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitáriodescomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente parafazer as provas.
Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro devocê o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta ou osolteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividirespaços, projeto e tempo com mais ninguém.
Quer ter boas amizades? Então mate dentro de si a pessoa insatisfeita edescompromissada, que só pensa em si mesmo. Mate a vontade de tentar manipularas pessoas de acordo com a sua conveniência. Respeite seus amigos, colegas detrabalho e vizinhos, enfim todo processo de evolução exige que matemos o nosso“eu” passado, inferior.
E qual o risco de não agirmos assim? O risco está emtentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendoessa produtividade, e, por fim prejudicando nosso sucesso. Muitas pessoas nãoevoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serãoou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavamou como agiam.
Acabam se transformando em projetos acabados,híbridos, adultos infantilizados. Podemos até agir, às vezes, como meninos, detal forma que não mantemos as virtudes de criança, que também são necessáriosanos, adultos, como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade,tolerância, etc. Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente mataratitudes infantis, para passarmos a agir como adultos.
Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã,amigo ou amiga) melhor e evoluído? Então, o que você precisa matar em si, aindahoje, é o “egoísmo” é o “egocentrismo”, para que nasça o ser que você tantodeseja ser. Pense nisso e morra. Mas, não esqueça de nascer melhor ainda.
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas naintensidade com que acontecem, por isso existem momentos inesquecíveis, coisasinexplicáveis e pessoas incomparáveis.








Agora dá para entender porque todo mundo gosta de citar Fernando Pessoa nas redes sociais. É tudo muito palpável.
Sendo assim, vamos morrer e renascer. Mesmo sem saber ao certo para onde ir, onde se quer chegar, o que fazer ou como mudar. Sorria, você está perdido! Não tentem me encontrar. Estou fora. Estou por ai, fazendo companhia para eu mesmo. E estou sorrindo.
E esse é meu novo titulo.