domingo, 28 de abril de 2013

Discurso de aniversário IV


Entra ano, passa ano, e eu tento escrever aqui nessa data. Tem dado certo até agora. Dessa vez não pode ser diferente. Meu aniversário chegou. Ainda não tive tempo pra perceber isso. Meu aniversário passou, e acho que ainda não captei a mensagem. E sinceramente, não sei se quero muito bem parar e pensar. A terapia é mais longa do que eu realmente quero expressar. Eu to indo para um caminho que tem me deixado cada vez mais frio e ciente da minha responsabilidade. Talvez eu esteja virando um adulto chato e comum com muita noção de responsabilidade e pouca (?) criatividade. Em tempo: não sei se tanta noção de responsabilidade assim. Eu busco isso. Mas acho que a mudança de comportamento tem que ser mais profunda e constante. A prática leva a perfeição. E a cair na rotina.

                Me vejo cada vez mais frio e individualista. Não sei dizer se estou no caminho certo. Não sei nem se tenho vocação/competência para andar nesse caminho. Estou num momento bem critico em relação a isso.
 Noto agora que repeti a palavra frio em meu discurso. Isso não cai no gosto de quem gosta de ler. E nem no meu. Olha que não leio tanto assim...a repetição desse termo pela análise de discurso indica sim algo em relação a minha mudança... E nesse processo de mudança nem sequer posso vivenciar o luto pela perda de um Vitor (ou pato) que se enxergava intenso e era muito mais sonhador. Talvez eu pare de gostar de fazer aniversário. Crescer dói. E acredite leitor, já tá doendo. E não dá pra parar e tomar uma atitude em relação a isso. Essa é a dinâmica do mundo.
Os presentes que tenho recebidos vem em sua maioria em forma de bebida. A droga é um belo mecanismo de fuga da realidade. E o álcool me faz fantasiar outros momentos. E diferente de alguns anos atrás, quando meu objetivo era encher a cara em datas comemorativas (acho que só consegui realmente uma vez), agora penso em beber no meu limite. É a diferença entre degustar e se embriagar. E também a diferença entre se recordar e rir e esquecer e se desesperar.
Esse ano o aniversário significou algo diferente de celebrar a vida e fazer festa. Eu queria ser lembrado apenas por quem estivesse próximo e nada mais do que isso. Não queria ser incomodado. Passei um terço do dia 26 de abril estagiando, outro terço dormindo. Só restaram as redes sociais. Na verdade só é lembrado quem realmente faz festa. E lamento (acho que nem tanto assim, pra falar a verdade), não estou no momento. Tem muita coisa diferente nesse rapaz que sonhava em mudar o mundo. Talvez eu tenha perdido meu brilho. Ou talvez eu tenha apenas escondido ele em algum lugar e depois me esquecido aonde era. Seja como for, em algum momento precisarei reaver um pouco daquele Vitor sonhador.
Queria continuar escrevendo a respeito de sonhos e encantamentos para sempre. Porém me permiti a me desencantar. Na certeza de que o mundo é muito bonito e ao mesmo tempo muito cruel. Só estou tentando viver nele. Obrigado pelos parabéns. Mesmo que atrasado. (: