sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

uma noite em copacabana

Era a raiva que havia tomado conta no momento em que decidira sair do hotel. Fora andando a passos decididos a lugar algum. Uma hora da manha em outra cidade o faria sentir medo, mas ali não. Chegara a praia. Pensou em tirar seu all star, levantar as calças e pisar na areia. Mas aquela não era uma noite para seus pés ficarem descalços. Atravessou a ria. Foi para uma das poucas barracas ainda iluminadas. NO meio do caminho, uma oferta tentadora: conhecer uma boate sem pagar nada. Tal oferta tinha que ser uma cilada. Mas o rapaz era precavido. Entrou, observou, não encostou em nada. De volta as barracas, ficara encantado pela beleza da prostituta que ali passava. Copacabana, a terra das prostitutas. Um ambiente interessante, no mínimo. Diferente daquilo que estava acostumado.

Atravessou as barracas. Sabia que estava se expondo. O leitor que me desculpe, mas o medo as vezes é uma companhia agradável. Observava pessoas entretidas com o movimento. De repente se tocou que estava estático. A inocência de seu olhar o denunciara. Não era dali, estava perdido. Sua sensatez tomou conta e o chamou de volta para o hotel. No meio do caminho, uma mulher o chama. Era do tipo de mulher que media a beleza de um homem pelo tamanho de seu bolso. Após a recusa do convite, continuou andando. Havia a estranha sensação de que estava sendo seguido. Um tipo qualquer de paranóia, talvez. Em sua cabeça, vinha a musica do Green Day “walk alone”. E quando se sentiu seguro, sentiu uma imensa vontade de compartilhar tudo isso com vc, amigo leitor. Obrigado pela leitura!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Espirito natalino

É o natal que tá chegando. As pessoas ficam mais boazinhas, as crianças animadas e a cidade fica mais bonita. Mas há quem associe o natal a tristeza e o ano novo a alegria. Confesso que se não fosse as luzes de natal, que esse ano estão dando um brilho especial a essa cidade morta, meu sentimento seria o pior de todos: indiferença. Mas é ai que entra a maravilhosa mágica de Brasília. Ontem me deparei com as seguintes mensagens natalinas:

Que você creia estar exatamente onde você deve estar.
Que você acredite nas infinitas possibilidades que nascem do destino.
Que você permita á sua alma a liberdade de cantar, dançar, orgulhar-se e amar.

Então vamos crer, acreditar e permitir. E quem sabe não achamos o verdadeiro significado do espírito natalino.

Hey, obrigado pela leitura!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Conversas minhas comigo mesmo. e talvez com a moça bonita.

É inegável dizer que as coisas mudaram. Te reencontrar depois de “um tempo” me deixa otimista em relação á mudança das pessoas. Me deixa encantado em relação as minhas próprias mudanças. E como sempre, você vai me ensinando essas coisas da vida, quase que sem querer...

Talvez eu não odeie o tempo. E sim os nossos tempos. Talvez eu não odeie a maturidade. E sim a falta da minha maturidade. Talvez eu não odeie sua falta de expectativa. E sim o excesso dela vindo de mim. Porque esse ano foi o das expectativas. Da quebra delas.

Esse foi um ano para odiar cristãos e pagãos. Odiar sobretudo aquilo que venho construindo para mim mesmo. Tudo por conta da expectativa.

Antes de ontem,eu queria te escrever. Te falaria sobre minhas mãos. Te falaria que enquanto minhas mãos estiverem quentes, teria um pouco de você comigo. Quando minhas mãos estiverem frias, sentiria saudades. Sinceras saudades.

Mas as coisas não são assim, “meu bem”. Hoje eu sei que preciso passar frio. Esfriar minhas mãos, minha mente e meu coração. Assim, talvez você não terá mais que pisar em ovos novamente. Assim um dia eu viro gente grande e não sofra por coisas tolas.

Eu não vou te avisar da existência desse post. Talvez você descubra, cedo ou tarde. Eu não vou te avisar que eu sou um dos únicos caras da sua vida que vai te aceitar do jeito que você é. Talvez você descubra, cedo ou tarde.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O dilema de Harvey Dent

-Você não vai querer ferir o garoto, Harvey! (começa com a fala do Batman)
-Não se trata daquilo que eu quero, se trata do que é justo! Você disse que poderíamos ser homens decentes em tempos indecentes. Mas você estava errado... O mundo é cruel. A única forma de justiça nesse mundo cruel é o acaso.(...)

- O que houve com Rachel não foi o acaso. Nós decidimos agir. Nós três.
-Então porque foi só eu que perdi tudo?
-Não foi...
-O coringa me escolheu...
-Porque você é o melhor da gente. Ele queria provar que até mesmo alguém tão bom como você pode se corromper.

E assim ao acaso, Harvey Dent tentou matar Batman, ele mesmo e uma criança. Confesso leitor, gosto dessa relação de justiça ao acaso. Assim como Harvey sou bem pessimista. Pessoas decentes ficam para trás. Pessoas boas constantemente sofrem o risco de perder aquilo que tem.

Acho interessante também quando ele conversa com Batman sobre Rachel.
Ele afirma “perder tudo”. Batman nega. A negativa que na verdade veio de Bruce Wayne e de forma sincera. Porém Bruce usa uma mascara, o que impede Harvey de encontrar alguém para compartilhar sua dor.

A sociedade exige uma mascara. E essa mascara nos impede de mostrar a nossa dor. De compartilhar a nossa dor. A sociedade de mascarados não dá espaço para a tristeza. E por isso Harvey morreu como vilão. Se sentindo sozinho.

Tentei postar a cena, não consegui. Aos interessados:

http://www.youtube.com/watch?v=lY7xhnJtlkE

E continuo a dizer, Batman explica a logística desse mundo. Basta olhar as coisas de uma outra forma. Obrigado pela leitura!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Tá doendo no meu ódio.

E qual é a melhor forma de expressarmos nosso ódio? Seria gritar em ruas vazias até nossa voz rasgar o céu? Seria acelerar loucamente, ouvir o som do pneu fritando? Seria quebrando objetos? Surrar desconhecidos na rua?Ou seria simplesmente se permitindo sentir esse misto de frio com desolação. Seria o desejo de alguma droga que me faça fugir da realidade, dessa rotina, dessa vida?Seria o desejo do coração; que pare de bater essa batida forte e magoada? Que pare de bater. Por um momento apenas. Até tudo isso passar. Se é que vai passar.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Percepção artística

O local era o museu do Louvre, Paris. O mês era março, em pleno carnaval. Qualquer amigo desejava a oportunidade de estar ali. Aquele ambiente poderia ser definido como a capital internacional da cultura. Mas ele estava cansado. Não queria estar ali. A cidade das luzes tinha muita cultura a oferecer. Mas ele queria farra. Porque não é só de cultura que vivem as pessoas.

Aquela tal de “mana Elisa” era muito mais sem graça vista pessoalmente. Apesar disso, estava sempre cercada por turistas fotógrafos. Turista são compulsivamente alucinados por fotografia. Tiram fotos e fotos, muitas vezes sem saber aquilo que fotografam. E raramente voltam as fotos. Havia tantas obras mais bonitas, mais legais, mais curiosas por ali. Mas Monalisa era objeto de cobiça devido a grande divulgação de sua imagem. E turista não pode ver algo que dizem ser famoso, já fica alucinado. A compulsão por fotografias o irritava profundamente. Ser turista parecia ser, acima de tudo, dar férias ao senso critico. Andava pelo museu. Irritado e indignado com essa lógica de mundo.

De repente uma obra chama atenção: Venus de Milo. O conhecimento sobre a história daquela obra era bastante limitado. Começara a levantar hipóteses. Aquela obra vinha da Grécia antiga. Ouvira falar uma vez que a obra havia sobrevivido a uma invasão a um templo grego. Haviam várias hipóteses a respeito da perda dos braços de Venus. Uns diziam que seus braços foram perdidos durante a invasão ao templo grego. Outros que durante seu transporte, ela foi desmontada e transportada em diferentes navios. O navio que abrigava seus braços afundou.

Tudo estava apenas no plano das hipóteses. O fato era que aquela obra havia sobrevivido ao tempo. Então havia algo de especial nela. Monalisa sobreviveu ao tempo. Era igualmente especial, apesar de detestável. Ele sabia que a arte sobreviveria ao tempo. Meses mais tarde, através de pesquisas informais, descobriu que os homens, antes de aprenderem a se comunicar através da fala, gesticulavam, faziam teatro. Faziam arte.

A arte está presente na nossa sociedade desde que o mundo é mundo, e desde antes da fala. E assim continuará se perpetuando. Não sou especialista em falar de filósofos, mas sei que Nietzsche hipervalorizava a arte. Porque a arte readapta as necessidades da sociedade. Na literatura, o Parnasianismo nega o Romantismo. E ambos foram/são importantes para o crescimento da sociedade como um todo. A arte nega a arte. A arte reafirma a arte. E ali, no centro mundial de arte no mundo, ele fez essa descoberta. Ao mesmo tempo tão obvia e tão profunda. Os céticos que me desculpem, mas minha percepção artística só tem uma certeza; a de que Nietzsche estava certo.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sentimento sem nome.

Na parada, ele espera o metrô.
Estava em pé,
olhando para o horizonte.
Olhando para o vazio.
O céu estava nublado.
O vento gelado batia em seu rosto.
Era a agradável sensação de olhar para o "mar" sem pensar em nada.
Sentimento sem nome.

domingo, 2 de outubro de 2011

Novo titulo

Morrer é preciso
(Fernando Pessoa)
Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte,apenas à ausência de vida e isso é um erro. Existem outros tipos de morte. Eprecisamos morrer todo dia. A morte nada mais é do que uma passagem, umatransformação.
Não existe planta sem a morte da semente, não existeembrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte dalagarta, isso é óbvio a morte nada mais é que o ponto de partida para o iníciode algo novo, a fronteira entre o passado e o futuro.
Se você quer ser um bom universitário, mate dentro devocê o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente. Querser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitáriodescomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente parafazer as provas.
Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro devocê o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo, egoísta ou osolteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividirespaços, projeto e tempo com mais ninguém.
Quer ter boas amizades? Então mate dentro de si a pessoa insatisfeita edescompromissada, que só pensa em si mesmo. Mate a vontade de tentar manipularas pessoas de acordo com a sua conveniência. Respeite seus amigos, colegas detrabalho e vizinhos, enfim todo processo de evolução exige que matemos o nosso“eu” passado, inferior.
E qual o risco de não agirmos assim? O risco está emtentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendoessa produtividade, e, por fim prejudicando nosso sucesso. Muitas pessoas nãoevoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serãoou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavamou como agiam.
Acabam se transformando em projetos acabados,híbridos, adultos infantilizados. Podemos até agir, às vezes, como meninos, detal forma que não mantemos as virtudes de criança, que também são necessáriosanos, adultos, como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade,tolerância, etc. Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente mataratitudes infantis, para passarmos a agir como adultos.
Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã,amigo ou amiga) melhor e evoluído? Então, o que você precisa matar em si, aindahoje, é o “egoísmo” é o “egocentrismo”, para que nasça o ser que você tantodeseja ser. Pense nisso e morra. Mas, não esqueça de nascer melhor ainda.
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas naintensidade com que acontecem, por isso existem momentos inesquecíveis, coisasinexplicáveis e pessoas incomparáveis.








Agora dá para entender porque todo mundo gosta de citar Fernando Pessoa nas redes sociais. É tudo muito palpável.
Sendo assim, vamos morrer e renascer. Mesmo sem saber ao certo para onde ir, onde se quer chegar, o que fazer ou como mudar. Sorria, você está perdido! Não tentem me encontrar. Estou fora. Estou por ai, fazendo companhia para eu mesmo. E estou sorrindo.
E esse é meu novo titulo.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Coragem

As 7h30 horas te espero.
Você chega, cheia de ternura.
De repente, perco minha coragem,
Porque você me encanta
e simplesmente aumenta meu desejo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Melancolia.

Vou seguindo minha vida. Me permito entrar em seus pensamentos publicamente divulgados. Então eu choro. Porque desejo é desejo. E você não sabe o quanto eu te desejo. Então eu choro por te desejar tanto. E por você; que deseja tanto a um outro alguém.

domingo, 31 de julho de 2011

Terapia comunitária

Naquele espaço próprio para tanta exposição, achava que se sentiria a vontade para compartilhar suas idéias e pensamentos. Mas as pessoas não se interessavam pelas “palestras” e sim pelas experiências de vida de cada um.
Ao escutar uma história, as pessoas daquele ambiente se permitiam ouvir, se colocar no lugar do outro, chorar pelo outro, sentir o outro. De uma nova forma. Os relatos sobre perdas fizeram o rapaz refletir sobre as mudanças.
A mudança, como já disse aqui, é ma certeza da vida. Seja para o bem ou para o mau, sempre vai ocorrer. Quando crescemos, nos deparamos com a necessidade de fazer escolhas, que esta diretamente ligado com a mudança. Podemos escolher não mudar, o que seria viver de uma ilusão. Acredito que estamos mudando a cada ciclo respiratório realizado.
O processo de fazer escolhas, somado as mudanças da vida nos levam a varias duvidas. “Será que escolhi o caminho certo?” “O que seria de mim se eu não tivesse vindo para Brasília?” “Como seria minha vida se minha irmã estivesse do meu lado?”
Devo lembra-los leitor, que nem sempre temos o direito a escolha. O “melhor” para gente muitas vezes pode ser decidido pelos nossos familiares e/ou entidades maiores (chamamos de Deus).
Quando não temos o poder de escolha, nos sentimos invisíveis, impotentes. E tudo isso me lembra o quanto que crescer dói. Essa dor ninguém tem sozinho. De tudo issso, o que fica é a coragem, o equilíbrio e o respeito.
Não é a toa que vi as pessoas em minha volta enxergando o próximo de forma diferente. Não é a toa que agradeço a todos que estiveram comigo. Não só pela leitura Mas pelos abraços sinceros. E sorrisos. Vários sorrisos.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Sobre o tempo

A cena da moça bonita aquecendo as mãos daquele rapaz o fez pensar no que é, no que foi e no que poderia ter sido. A ternura que ela esbanjava sem o menor esforço,as risadas escandalosas e aquelas conversas, ora inteligentes, ora idiotas, o faziam inimigo do tempo. Porque o tempo determinaria que a noite havia acabado. E com o fim da noite a moça deveria voltar para casa. E não sabia se haveria outro momento mágico como aquele.

Afinal, quando escolhemos ficar com alguém, estamos simplesmente enganando a solidão ou buscando um verdadeiro complemento?
O presente fazia dele um cara completo, por ela ter estado ali. Para o futuro, havia só uma certeza: evitaria enganar a solidão.
O tempo, digo, a desgraça do tempo fez o rapaz descobrir que os homens tomavam o lugar dos meninos. E que precisava muito para se tornar homem. Precisava de orientação. (Principalmente na hora de dirigir). Precisaria de algo que nem ele sabia se algum dia conseguiria ter. Os momentos de vida o faziam se sentir impotente.

Precisava voltar a escrever, aproveitar a inspiração.
Precisava parar de temer o que ainda não chegou.
E precisava conquistar o tempo. Porque o tempo leva a saudade. E a saudade pode proporcionar novos encontros. E os encontros abrem possibilidade para novos momentos. E os momentos podem lhe trazer inspiração. E mãos quentes.

Obrigado pela leitura!

terça-feira, 31 de maio de 2011

A sorte ajuda os ousados, letrados e tarados.

Certamente, o leitor mais presente já leu essa frase aqui algumas vezes aqui. E a cada dia me convenço que essa é uma das verdades “absolutas” da vida. Nunca gostei de trabalhar com conceitos fechados, porém minhas experiências e os conselhos de mais velhos me convencem disso. Eu explico.

Pelo pouco que conheço, a psicologia do esporte diz que a sorte ajuda aos bem preparados. Os bem preparados emanam energias positivas, tendo aquilo que chamamos muitas vezes de “sorte de campeão”. Os mais religiosos preferem atribuir a emanação de energia positiva a Deus. Deus ou sorte. Nesse caso são a mesma fonte de energia, vistas sob diferentes óticas. Atualmente o termo sorte tem me agradado mais, o que justifica sua presença no titulo.

Mas ser ousado, letrado e tarado também é um ensinamento para o lado profissional.
Vivemos em um mundo bastante competitivo. Os profissionais de diferentes áreas vivem pressionados, com medo de errar. O erro é de alto custo, atrai críticos oportunistas e pode prejudicar terceiros. É muito cômodo buscar evitar o erro, se limitando apenas em fazer o que é necessário. É muito trabalhoso e desgastante buscar mudanças. Já testemunhei pessoas que se diziam a favor de mudanças, até perceberem que o mudar envolve planejamento e gasto de energia. Buscar a mudança nos dias de hoje é privilégio de poucos e sempre vem acompanhados com um numero excessivo de criticas. Por isso, caro leitor, ter ousadia é fundamental.

Mas a ousadia tem que ser sempre acompanhada pelo tesão. Até porque a busca continua pela mudança é um processo exaustivo e gerador de conflitos. O prazer de fazer as coisas te sustenta em momentos de crise e incertezas. É a energia que nos move. Ser tarado é a busca inconstante pelo prazer.

Ser letrado. Acredito que em projetos mirabolantes, uma base teórica bem fundamentada é essencial para convencer céticos de plantão. Simples assim, sem muita divagação.

Então por isso, caro leitor, sejamos todos ousados, letrados e tarados. A sorte nos ajudará. E então, estaremos mudando o mundo.

Obrigado pela leitura!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Discurso de aniversário II

Mais um aniversário chegando. Vou virar a noite escrevendo. Embora minha cabeça viva em uma constante tempestade de idéias, me resta pouca força de vontade de botar tudo no papel. 21 anos chegando. Na verdade o chegar da idade aparenta ser deprimente. Não é pelo fato de ficar velho, essas viadagens todas que normalmente acomete mulheres, mas sim por possuir uma noção melhor do mundo.

Esse ano tento focar em minha faculdade, minha futura vida profissional. Trabalhar no sistema público de saúde é vivenciar a realidade nua e crua. Vejo o mundo cada vez mais como um lugar hostil e cruel. E essa noção que estou tendo do mundo vem através das experiências, conseqüentemente, da idade. Não é fácil pensar em humanização em um sistema totalmente desumano. A nossa realidade é simplesmente detestável, julgada sob esse ponto de vista.

Mas nem tudo é tristeza e pessimismo, caro leitor.

To tentando aproveitar a vida da melhor forma possível. Sendo sério nas horas sérias. Sendo nada sério quando estou com meus amigos.

Amigos. Esse ano tento isolar as pessoas interesseiras e me (re)aproximar das pessoas interessantes. Não é nada fácil. Até porque as pessoas não são oito ou oitenta. Mas é a forma mais inteligente e prática que encontrei de sempre estar acompanhado de sorrisos e abraços sinceros.

Porque meus amigos, eles não sabem, mas são responsáveis não só por momentos divertidos. Meus amigos são aqueles responsáveis por manter o brilho em meus olhos, a vontade de seguir sonhando.

Dia após dia os amigos provam que a realidade é muito mais do que meu pessimismo usual. Nas piadas sem graça, encontro sorrisos. Nos sorrisos, encontro um pouco de amor. E encontro, acima de tudo, aquilo que vou chamar simplesmente de ‘brilho’.

O ‘brilho’ é nítido nos artistas. É nítido em cada ser ousado, tarado e letrado existente nesse mundo. E o ‘brilho’ me sustenta, me faz ter energia para continuar tentando me impor perante ao mundo, desafiando a gravidade. O ‘brilho’ faz parte do pato way of life!

E esse ano vou encontrar um pouco desse ‘brilho’, a cada vez que eu receber parabéns. Porque isso me dá forças para ser quem eu sou.

Aos meus amigos e aos meus leitores, minha sincera gratidão.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A garota, o pé de laranja velho e a flor de cerejeira

Todos os dias pela manha ela aparecia pela janela. Ali, fumava seu cigarro calmamente. Parecia gostar do som das crianças na rua onde morava. Em dias de sol abria as cortinas e aparecia na varanda. Estava sempre olhando aquele velho e feio pé de laranja, sem perder nenhum detalhe do que acontecia ao redor naquela praça. Sejam as babás fofocando ou os cachorros passeando na grama. Parecia fotografar esses momentos tolos apenas com o olhar. Após a detalhada observação, descia acompanhada do seu estojo rosa, papel e prancheta. Apesar sempre estar ciente da paisagem dinâmica que a cercava, gostava mesmo de olhar aquela laranjeira, dividindo as atenções com o lápis e o papel.
Todos os dias pela manha ela era observada. O rapaz da casa da direita estava obcecado por aqueles cabelos curtos e repicados, somado ao charme indescritível que a acompanhava. Compensava sua timidez com a habilidade de arquitetar planos mirabolantes e ousados. Após duas semanas de detalhada observação, finalmente tomara coragem. Havia calculado friamente cada possibilidade de erro. A garota era extremamente pontual, descia ás nove e voltava para casa ás onze. Apareceria com seu cachorro na mesma praça, aproximadamente nove e vinte da manha. O encontro pareceria um acaso, assim como a conversa inicial que pretendia ter. Porque até mesmo os acasos podem ser friamente calculados.
Planejava descobrir o que tanto ela tanto rabiscava naqueles papeis. Chegada a hora, o rapaz decidira agir. De forma desengonçada chegou, soltou seu cachorro e sentou no banco da garota. Observou que ela desenhava uma árvore como havia previsto. Não tardou a perguntar com espantosa espontaneidade:
-Com licença, você tá desenhando essa laranjeira?
A moça mesmo surpreendida por tamanha inconveniência, pareceu se divertir com a pergunta.
-Não isso não é uma laranjeira. Sou desenhista. O que estou desenhando na verdade é uma cerejeira, tendo como ponto de referência esse pé de laranja velho. Faço para me distrair
-E porque usa como ponto de referência essa laranjeira velha e não pega uma imagem de uma cerejeira?
-Já vi várias gravuras de cerejeira, mas o que eu quero mesmo é ver ela pessoalmente. Dizem que a flor de cerejeira é uma das mais belas do mundo e que são sagradas na Índia.
Nessa hora o rapaz tímido tem um trunfo.
-Você sabia que na cultura oriental, a cerejeira era associada ao samurai? Os samurais tinham uma vida curta, assim como a flor de cerejeira ao se desprender da árvore.

A moça estava surpresa. Não pela cultura inútil do rapaz, já que o Wikipédia (sim, eu peguei isso de lá!) poderia dar essa informação. Não se surpreendera pela fala atrapalhada e estabanada daquele rapaz. Havia algo de especial nele. Algo que ela definia como “reatividade”. Cada frase trocada entre os dois era uma reação diferente daquele homem. Ele parecia, de alguma forma como ela não conseguia entender, reagir ao falar. No mundo frio em que vivemos, aquilo se tornara especial, talvez único. Isso a fez ficar mais a vontade, sem se preocupar com o que ele ia pensar.
-No Japão, a árvore é chamada de Sakura. Talvez você já tenha ouvido falar desse nome como um desenho japonês. Eu queria ser como ela quando era criança.
O sorriso daquela garota era encantador
Então o papo fluiu levemente. Besteiras e besteiras foram sendo faladas, acompanhados de sorrisos e reações espontâneas. As 11horas, como previsto, a garota voltou para casa. Nem o nome dela ele sabia. Perdera a chance de perguntar devido á tamanha afobação. Não se sabe se o estabanado rapaz veria a garota de novo. Não se sabe até que ponto aquela conversa boba poderia realmente ter como conseqüência. O que aquele rapaz sabia era que a garota que desenha cerejeiras o encantava de alguma forma diferenciada. E ele não sabe explicar o porque.
Obrigado pela leitura!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A motivação

Ando de branco pela rua. Ganho doutorado por osmose. O diploma dessa vez foi passado por um flanelinha dedicado em recolher trocados. Estava saindo do Hospital. Alertei ao nobre trabalhador sobre minha verdadeira condição financeira. Ele parecia não se importar. Demonstrava gratidão.
-O senhor trabalha lá no hospital, dá uma força pra nóis! Esquenta não o douto! Fica com Deus!

Ele poderia facilmente ter corrido para outro carro. Poderia ter conseguido alguns trocados de alguém mais rico e generoso. Mas ficou lá para me ajudar. Fui sincero. Disse que era só estudante, mas que tava estudando para em um futuro próximo estar lá ajudando ele. A sinceridade foi aprovada pelo flanelinha. Porque de alguma forma ele sentia que futuramente eu poderia ajuda-lo. Um investimento de longo prazo.

Hoje vi mais um daqueles vídeos motivacionais. Seu conteúdo já era conhecido, sua mensagem parecia algo clichê. Um vídeo que não me acrescentou em nada, embora admita as boas intenções daqueles que mostraram. Isso me faz pensar da onde encontro estimulo, motivação para continuar seguindo meu caminho.
O encontro com o flanelinha foi estimulante. Confirma algo que eu não sabia que sabia tão bem. Encontrar amigos é estimulante. Porque são pessoas que me fazem esquecer da rotina. Mas a motivação caro leitor, tem que estar antes de tudo aqui dentro.

Encontro motivação todos os dias. Encontro no rosto, nas atitudes das pessoas. Encontro em flanelinhas que me tratam como herói. Encontro em amigos, seguidores e leitores que sempre tem muito a oferecer. Encontro em quem me faz bem. E as vezes, encontro em mim mesmo. Preciso, cada vez mais, encontrar motivação aqui dentro. E esse ano preciso estar perto de quem me faz bem. E simplesmente eliminar da minha vida quem não acrescenta nada de bom. Preciso deixar de perder tempo com coisas simples.

Por isso leitor, com o perdão da pressa. E da qualidade do post. Esse pequeno gênio que se encontra do outro lado da tela precisa parar de escrever por agora. E voltar a estudar. Obrigado pela leitura!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Efemeridade

O amor é efêmero, assim como as marcas produzidas no ato de se amar. Acredito na efemeridade das coisas, na efemeridade da vida. Essa é uma das graças da vida. Ou uma das desgraças. Ainda não sei ao certo.

Efemeridade sugere que nossa vida pode mudar de forma repentina. E mudar não é necessariamente bom. É apenas uma certeza.

Então caros leitores, peço para que se protejam a cada instante. Se protejam no ato de amar. Porque, apesar da vida ser efêmera, uma das graças que encontramos aqui é alongar a efemeridade das coisas. Para que assim possamos conhecer novos amores e conviver com novas marcas.

Por isso, usem o juízo! Se não possuem um, comprem nas farmácias. Ou peguem em postos de saúde. Não queremos contribuir com a proliferação de DSTs.
Obrigado pela leitura!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ser Herói

É na noite calada que olha para o céu. O mundo gira numa velocidade impressionante. O agito não acrescentava mais há tempos. As noites solitárias, carregadas de pensamentos perdidos ao vento, não pareciam fazer sentido. O mundo não parecia fazer sentido.

As vezes, aquele rapaz achava que finalmente havia se descoberto profissionalmente. Queria conviver com a maldade diariamente. Queria testemunhar mães com olhos cheios de água; observar crianças com a inocência violada; saber de pais deturpados; famílias desestruturadas. Pretendia descobrir o limite da maldade humana.
Queria conhecer a miséria e a tristeza. Salvar o Haiti, salvar a África. Salvar seu próprio país, antes de tudo.

Queria voltar a sonhar. Queria ser herói, desenvolver um senso de justiça próprio, separado de seus valores pessoais. Queria salvar o mundo. Seu super poder seria fazer os outros sorrirem gratuitamente.

O vilão seria a solidão. E a melhor forma de combate-la seria postando em seu blog abandonado. Mesmo que sua escrita não fosse tão encantadora quanto antigamente.

Obrigado pela leitura!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

"O velho e o moço"

Havia um velho no meio da praça.

Em dias normais, o garoto teria reparado em seu sorriso espontâneo e cativante. Em dias normais o garoto teria sorrido de volta, dado bom dia e seguido meu próprio caminho.

Porém aquele não era um dia normal. Os dias estavam chuvosos, o cansaço o deixava atordoado. A juventude cativante daquele jovem escritor parecia ter ido embora. Não via graça no natal, ano novo, amigos, família ou sequer namorada. Não via graça no futebol ou na sinuca. Passava a odiar o gosto amargo de cerveja, seja nos bares ou acompanhado do videogame, velho companheiro de dias solitários.

A teoria dos imprestáveis foi seu único lapso de inspiração naqueles dias afro-decedentes. “Eu não presto, você não presta. Ninguém desse mundo presta! Apenas conseguimos reciclar alguns imprestáveis constantemente com nosso olhar. E são esses imprestáveis reciclados classificamos como amigos, familiares e namorada (o).” Recebeu alguns retweeters e vários unfollows depois do polêmico post via twitter.
Andava pelo parque sozinho em busca de distração. Andava querendo colocar a cabeça no lugar e se focar para terminar bem o ano. Sentiu indiferença ao passar por aquele senhor, sentado no banco da praça.

De inicio, sequer havia reparado naquela voz que vinha do mundo exterior.

- Hey rapaz, só um minuto, por favor!
O jovem interrompido de seus pensamentos pessimistas passou a concentrar sua atenção no velho.

-Quando alguém lhe der bom dia, responda!
Antes que o jovem pudesse se explicar, o velho o interrompeu.

-E sorria, mesmo que não tenha o porque sorrir.
O velho sorriu, e o jovem reparou que lhe faltava os dois dentes da frente. Riu instintivamente. O velho aprovou a risada.

-Escute rapaz, as pessoas doam aos outros, tudo aquilo que elas podem oferecer. E você é um jovem saudável. Pode até não carregar nada que considera especial, mas carrega consigo ar nos pulmões, sangue em suas pernas e o brilho da juventude. Não importa o quão difícil seja o momento pelo qual passa, não deixe de oferecer aos outros seu sorriso. O sorriso contagia aos amigos, intimida os inimigos e desestabiliza os indiferentes.

O velho para de falar por alguns segundos, buscando sentir o interesse do jovem

-O sorriso é a melhor forma que temos de combater a solidão. Ofereça seu sorriso a um estranho, e ganhe seu dia. Faça como eu. (:

O jovem deu um abraço no velho e seguiu seu caminho. O céu estava cheio de nuvens negras. Uma chuva pesada começava a cair. Mas nada disso importava. O jovem enxergava apenas sol.

Obrigado pela leitura! espero poder voltar a escrever com frequencia.