sábado, 13 de outubro de 2012

Claustrofobia Social


     Algo me incomoda.Sempre fui muito transparente. Atualmente vejo isso muito mais como um defeito do que uma qualidade. Não por mim. Mas por esse mundo maluco que vivemos. Essa sociedade que cultua as aparências.Talvez o problema seja eu mesmo. Não sei.
     Fato é que se expor em um blog tem parecido muito mais estupidez do que coragem. Lembro de quem já me disse algo parecido. Mas tudo tem seu lado positivo, caro leitor. esse ano, quando pensei em parar de escrever, soube que um dos meus textos virou tema de aula no Rio Grande do Sul. Confesso que coisas assim me motivam. Pura vaidade, talvez.
     Ter um blog pode ser visto como uma terapia gratuita e uma aproximação da Arte.
      A Arte. Escrita com letra maiúscula. Nome próprio. Se deus existir, ele é é antes de tudo um artista, um gênio. Ou a Arte é criada pelo homem? Preguiça de pensar nessas coisas...assim como a arte salva, o preconceito mata. Vejo pessoas morrendo em minha volta. É difícil de tolerar.
    As vezes sinto que vivemos em uma falsa democracia em que as pessoa até conseguem (com muito esforço, as vezes) se expressar, opinar. Mas no final das contas são oprimidas pelos falsos democratas que enchem a boca de preconceitos e de pseudointelectualismos para te sufocar. Achoque existe uma certa claustrofobia social. Mas eu tenho meu blogzinho. Meu espaço.
   Obrigado pela leitura!


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O primeiro poema


Ele tinha 14 anos e estudada em uma escola católica. Dessas ai que dizia se preocupar coma formação do individuo e nos valores franciscanos. Nunca tinha acreditara nisso. Ou nunca havia pensado a respeito. Cursava a oitava série. E naquele dia foi a escola em turno contrario fazer uma prova de redação. Sabia que iria ter que escrever um soneto. “Mas o que a gente aprende escrevendo um soneto? O que posso tirar disso para minha vida?”. Lembro desses questionamentos imaturos. E lembro da sensação que eu sentia quando começara a escrever; A de que seria um bom poema. Achei esse soneto recentemente na minha gaveta de objetos perdidos. E precisava compartilhar.

Soneto da esperança

Algo que nos fascina e encanta
Sentimentos que iludem, mas que a gente ama
Amamos por iludir e nos iludimos
Simplesmente por amar

(cara, o que isso quer dizer?)

Amar é mesmo tudo?
Amor não correspondido
É como lágrimas que saem de um rosto perdido

Lágrimas de tristeza, ou de esperança
a gente aprende a ser feliz
como uma criança

Não devemos perder a confiança
Acreditar sempre na alegria
e ter sempre esperança.


Pobre adolescente rejeitado...Hoje em dia vejo e acho bem brega. No entanto leitor, confesso: gosto da ultima parte. E agora sei que foi através da escola que tive meu primeiro contato com a arte. E agora posso concordar em dizer que isso ajudou a me formar como indivíduo. Ainda que de forma sutil.
Obrigado pela leitura!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

On the road

Falas transcritas do trailer do filme.

"E me arrastei, como tenho feito toda minha vida...indo atrás das pessoas que me interessam...porque os únicos que me interessam são os loucos... os que estão loucos para viver, loucos para falar...que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e não falam obviedades mas queimam... queimam... queimam como fogos de artificio em meio á noite."
(Sal Paradise)

"Não sei o que há de errado comigo. Faço coisas estúpidas e penso de maneira distorcida. Não quero me consumir como chama."
(Dean Moriaty)

Acredito que em alguns momentos todos fazem o mesmo que Sal Paradise. Vão atrás dos loucos, talvez por se contagiar com a energia deles.
Acredito que em alguns momentos todos se veem como Dean. Alguém diferente dos padrões convencionais,torto e errado.


Tentando adaptar o que trazem esses dois personagens a nossa realidade, as vezes o que queremos é estar aberto á loucura. E nos consumir como chama. Mesmo que por alguns segundos.

Obrigado pela leitura!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Dejavu


                -Fica só mais um pouco...
A fala dela lembrava levemente aquela cena que ele gostava tanto: 
http://www.youtube.com/watch?v=V0eG0O9qNB4
A realidade era muito menos dramática que o sonho de Teddy com Dolores. Diferente do sonho, ele insistia em ir embora. Era o momento certo.
                -Você precisa pensar...
                O envelope roxo, aquelas palavras...as paredes pintadas daquele tom avermelhado e a certeza de que aquilo era o melhor para o momento.
                Envelope Roxo...

Toda aquela pertubação incomum começara a partir daquele envelope. Ele tremeu e por alguns instantes seus olhos ficaram vazios. Tinha voltado a lembrança de um sonho que tiveram uma vez. Mais um daqueles sonhos esquisitos e mal  explicados. Sonhara com uma garota com aqueles cabelos tão característicos. Estava frio.
                -Você precisa pensar.
                Seu subconsciente lhe pregava uma puta peça. Já havia sonhado, não se sabe quando, que  entregava um envelope a aquela garota. Um envelope roxo. E ao acordar daquele sonho, havia estranhado a forma como pareceu real.
Deve ser isso que as pessoas chamam de dejavu. Era uma sensação assustadoramente encantadora. Daquelas que te fazem arrepiar toda vez que você lembra.
Obrigado pela leitura.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pecado capital


Tão forte é a gula e o desejo do homem na hora de consumir batata com bacon. Tão fraco e gordo e pobre ele se sente depois.

Maldita é a gula que me assombra diariamente.

E aquele que não tiver pecados, que atire a primeira pedra. De preferencia nesse blogueiro obeso.



Hey, obrigado pela leitura. (: 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Teoria do Caos


Era uma vez um cachorro. Um belo dia ele resolveu atravessar a rua. Nessa hora estava passando um carro. Pai, mãe, filha e avó viajavam por uma estrada. O motorista fez a curva. O carro capotou e caiu de uma ponte (não me pergunte como!). A filha e avó, no banco de trás morreram na hora. A mãe morreu afogada. Ele sobreviveu. Pelo menos foi o que me disseram.

O acidente aconteceu a exatos oito anos atrás. Engraçado essa tal de teoria do caos. Se o cachorro não tivesse atravessado a rua, se o motorista não tivesse visto o cachorro, se eu não tivesse memória e um blog, vc leitor não estaria lendo esse texto. Isso me faz pensar no grande reflexo proporcionado por nossas pequenas ações. “o bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do mundo.” Ainda bem que existem filmes para explicar teorias.

Fato é, pensamos nas infinitas possibilidades, nas ironias da vida. Mas talvez o mais saudável seja não pensar. Eliminar o “e se”, substituindo por “é”. E focar no agora. Se conseguir isso leitor, por favor me ensine como. E a aquele pai, motorista do carro, espero que tenha conseguido reconstruir sua vida. Obrigado pela leitura.

domingo, 6 de maio de 2012

"E a loucura finge que isso tudo é normal"


Brindo o leitor com uma pequena parte das minhas reflexões a respeito da minha experiência na psiquiatria. Penso que todas essas questões abaixo podem (e devem) ser aprofundadas. E para isso conto com vocês que estão lendo.
(...)
As experiências de maior contato com o paciente me fizeram refletir a respeito daquilo que chamamos de loucura. A loucura, que segundo o senso comum, pertence sempre aos outros e nunca a nós mesmos. Já me disseram uma vez que o louco é aquele que foge da realidade. A diferença entre o artista e o louco é que o artista consegue fugir e voltar. O louco permanece onde esta, sem conseguir se encaixar em padrões pré estabelecidos. Talvez, em alguns momento de nossas vidas, em situações de intenso sofrimento, como por exemplo a perda de algum ente querido, invejamos os loucos por permaneceram em seu estado de alienação e indiferença.
Com o tempo, não consegui enxergar o perfil dos loucos e sim pacientes psiquiátricos. Todos que estavam ali se relacionavam de alguma forma com a realidade. Seja em gestos simples como responder pelo próprio nome ou estender a mão para apanhar o medicamento.
Em contra partida, testemunhamos muitos profissionais que demonstraram o desejo de uma evasão daquela realidade vivenciada. (...) Não podemos apenas culpa-los. Trabalhar em um hospital psiquiátrico nos faz questionar a respeito de quem precisa ou não de tratamento.
Questiono a respeito da definição de loucura. Talvez não haja cabimento a utilização do termo, visto que todos possuem momentos de alienação para com a realidade. Cabe nesse momento citar a famosa frase de Caetano Veloso: “de perto ninguém é normal”. Somos todos potenciais pacientes psiquiátricos, e em alguns momentos loucos.
(...)
Talvez alguém que esteja lendo esse blog ou a outros blogs só esteja buscando momentos de evasão da sua própria realidade. Assim como eu no ato de escrever. De qualquer forma, obrigado pela loucura!