terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Discurso de formatura

Encerro o ano com meu discurso de formatura. Inspirado em alguma coisa que escrevi aqui no passado, obvio.

Desafio a gravidade2

Boa noite! Gostaria de agradecer a presença de todos para comemorarmos a chegada desse grande momento. Escrever um discurso para essa turma que me acolheu tão bem foi um prazer imenso. E começo realizando uma provocação a todos os presentes:

Porque nós caímos? A pergunta é feita pelo Alfred, para seu patrão Bruce Wayne no filme Batman Begins, lançado em 2005. Analisando a pergunta de forma objetiva, temos a lei de Newton explicando força gravitacional e a atração de nossos corpos ao chão. Mas essa questão não é tão simples quanto parece. Em breve entenderemos...

Mas não estamos aqui para falar de quedas e fracassos e sim de pessoas e momentos extraordinários. Escolhi esse termo para tentar expressar tudo que passamos até chegarmos aqui pelo seu significado. Segundo o dicionário, não aquele voltado aos profissionais da saúde, extraordinário, do latim extraordinarious significa: fora do comum, excepcional, anormal. Raro, singular, notável. Admirável, espantoso, imprevisto ou inesperado. E porque não dizer, com o perdão do trocadilho, ESCSito ou extravagante?

Somos a síntese de tudo isso. E somos um algo a mais que me foge a definição em palavras. Somos enfermeiros, somos profissionais. Somos loucos, talvez, e só talvez por ingressarmos nessa escola muito engraçada, sem aula, sem matéria e descanso, quase nada. Somos loucos, por agora assumirmos a condição de tutela sobre nós mesmos. Sem docentes ao nosso lado a partir de agora. Somos loucos por estarmos aqui, para o fechamento desse ciclo. E digo que somos sensatamente loucos pela nossa ambição de querermos mais. Modificar realidades? Nossa meta. Modificar vidas? Nossa produção diária.
 
Nossas escolhas, daqui para frente, não mudarão alguns fatos: a terra continuará girando, a gravidade continuará nos puxando para baixo e a insalubridade moral presente lá fora nos dirá que é impossível realizarmos sonhos. Salvo cardiopatia, nosso coração continuará bombeando sangue aos nossos membros em uma velocidade extremamente rápida. Levará oxigênio inspirado pelos dos nossos pulmões. Com isso nossos músculos poderão se contrair e nossos ossos continuarão a nos sustentar. Membros inferiores nos manterão levantados. E então, veremos nossas escolhas interferindo nos fatos: permanecer de pé não implica em superar a gravidade, mas significa desafia-la constantemente. E estar apto a realizar sonhos.

E ai que entra a resposta simples, porém genial do próprio Alfred a pergunta feita no início desse discurso.
-Porque nós caímos, patrão Bruce?
-Para podermos aprender a nos levantar.


Então proponho o ultimo pacto de convivência da nossa vida acadêmica, e o primeiro da nossa vida profissional: Que sejamos a síntese da ousadia e inovação, do embasamento teórico e da perseverança e paciência. Que sejamos mestres tão bons ou melhores do que esses que nos acompanharam. Quando lembrarmos no significado da palavra extraordinários, lembraremos desse momento e de outros tantos que fizeram jus a estarmos aqui. Lembremos de momentos que nos fizeram aprender que a excelência somente é alcançada a partir da transformação de experiências negativas em sentimentos nobres. Ficaremos de pé e alcançaremos voos maiores.
Quem aceitar, por favor se levante.
Obrigado (a).

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