sábado, 1 de junho de 2013

aos extraordinários

Caro leitor,

Escrevo aqui nesse blog para mais uma seção dessa terapeutica desengonçada, porém não fracassada, que mantenho quando me convém. Estava pensando esses dias nas rotulações e estigmas que recebemos. Mas a verdade é que meu vicio não são as festas, o álcool e as mulheres. trata-se apenas de conhecer pessoas extraordinárias. Em alguns momentos me sinto exatamente igual Sal Paradaise no filme de Walter Salles:

""E me arrastei,como tenho feito toda minha vida...indo atrás das pessoas que me interessam...porque os únicos que me interessam são os loucos...os que estão loucos para viver, loucos para falar, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e não falam obviedades mas queimam...queimam...queimam...como fogos de artificio em meio á noite."


Confesso que me vejo transcrito nessas palavras, as vezes. Porém nossa vida não é feita apenas de loucuras e libertinagens. Tenho aprendido a admirar pessoas focadas, responsáveis e disciplinadas, meu momento de vida pede isso. As pessoas podem ser loucas, inconsequentes, podem ser caretas e certinhas. Podem possuir histórias de vida fantásticas por trás de toda aquela forma sistemática e chata de lidar com as obrigações do dia a dia. Ou fazerem poses de falsos cultos e porras loucas por serem óbvios demais.

Meu vicio são pessoas extraordinárias, com brilho. Não me falem de mentiras, falem sobre a fabula de pedro e o lobo. Me ensinem, por favor, sobre o induísmo, ateísmo e caralho a quatroísmo. Me contem sobre a violência sofrida aos seus doze anos ou dos seus amantes. Ou apenas evidenciem suas dificuldades durante o dia a dia, continuando sorrindo
. Mas por favor, me façam aprender. E com isso a admira-los. E com isso, querer escrever mais.


Obrigado pela leitura.

domingo, 28 de abril de 2013

Discurso de aniversário IV


Entra ano, passa ano, e eu tento escrever aqui nessa data. Tem dado certo até agora. Dessa vez não pode ser diferente. Meu aniversário chegou. Ainda não tive tempo pra perceber isso. Meu aniversário passou, e acho que ainda não captei a mensagem. E sinceramente, não sei se quero muito bem parar e pensar. A terapia é mais longa do que eu realmente quero expressar. Eu to indo para um caminho que tem me deixado cada vez mais frio e ciente da minha responsabilidade. Talvez eu esteja virando um adulto chato e comum com muita noção de responsabilidade e pouca (?) criatividade. Em tempo: não sei se tanta noção de responsabilidade assim. Eu busco isso. Mas acho que a mudança de comportamento tem que ser mais profunda e constante. A prática leva a perfeição. E a cair na rotina.

                Me vejo cada vez mais frio e individualista. Não sei dizer se estou no caminho certo. Não sei nem se tenho vocação/competência para andar nesse caminho. Estou num momento bem critico em relação a isso.
 Noto agora que repeti a palavra frio em meu discurso. Isso não cai no gosto de quem gosta de ler. E nem no meu. Olha que não leio tanto assim...a repetição desse termo pela análise de discurso indica sim algo em relação a minha mudança... E nesse processo de mudança nem sequer posso vivenciar o luto pela perda de um Vitor (ou pato) que se enxergava intenso e era muito mais sonhador. Talvez eu pare de gostar de fazer aniversário. Crescer dói. E acredite leitor, já tá doendo. E não dá pra parar e tomar uma atitude em relação a isso. Essa é a dinâmica do mundo.
Os presentes que tenho recebidos vem em sua maioria em forma de bebida. A droga é um belo mecanismo de fuga da realidade. E o álcool me faz fantasiar outros momentos. E diferente de alguns anos atrás, quando meu objetivo era encher a cara em datas comemorativas (acho que só consegui realmente uma vez), agora penso em beber no meu limite. É a diferença entre degustar e se embriagar. E também a diferença entre se recordar e rir e esquecer e se desesperar.
Esse ano o aniversário significou algo diferente de celebrar a vida e fazer festa. Eu queria ser lembrado apenas por quem estivesse próximo e nada mais do que isso. Não queria ser incomodado. Passei um terço do dia 26 de abril estagiando, outro terço dormindo. Só restaram as redes sociais. Na verdade só é lembrado quem realmente faz festa. E lamento (acho que nem tanto assim, pra falar a verdade), não estou no momento. Tem muita coisa diferente nesse rapaz que sonhava em mudar o mundo. Talvez eu tenha perdido meu brilho. Ou talvez eu tenha apenas escondido ele em algum lugar e depois me esquecido aonde era. Seja como for, em algum momento precisarei reaver um pouco daquele Vitor sonhador.
Queria continuar escrevendo a respeito de sonhos e encantamentos para sempre. Porém me permiti a me desencantar. Na certeza de que o mundo é muito bonito e ao mesmo tempo muito cruel. Só estou tentando viver nele. Obrigado pelos parabéns. Mesmo que atrasado. (:

segunda-feira, 4 de março de 2013

Ao Deus, ou ao meu imaginário:


Caro leitor,
Não sei se acredito em Deus. Sinceramente tenho preguiça de pensar nisso. Acredito que a crença em uma entidade tão complexa e grande é indiferente para o mundo e para o tal criador. Talvez a minha (e a sua) crença não façam a mínima diferença. Venerar Deus, rezar sempre e qualquer tipo de ritual religioso que conheço...sinceramente,  eu acho ineficaz. Se é necessário rezar sempre, agradecer sempre, viver de uma forma que a igreja recomenda, acho que esse Deus nosso é meio carente. Ele tem mais coisas para fazer do que ficar se preocupando com nossas pequenas preces diárias. Somos reles mortais.

Sempre achei que o importante na vida fosse lutar por um mundo melhor, conforme nossos ideais. Nem que surjam conflitos por ai como diversos assuntos polêmicos que vemos em nossa sociedade. Casamento gay é uma boa? A maconha deveria ser legalizado? Aborto é crime? Veja bem, leitor oligofrênico: todos esses conflitos vêm de diferentes ideais, mas com um só objetivo: fazer do mundo um lugar melhor. Então acharia legal agradecer a Deus pelos conflitos ao invés de deixarem homens palpitarem no lugar dele.

Caro leitor,
Não sei se acredito em Deus. Hoje passei pela loja de um shopping onde uma vendedora foi brutalmente assassinada dias atrás. O cartaz de luto era simples, porém bastante expressivo. Por esse fato, alguns podem até dizer que foi vontade de Deus, imagino. Acho uma forma inteligente de explicar algo que foge a nossa realidade. A loucura do assassino.

Não sei se acredito em Deus. Acho que podemos ser boas pessoas sem nenhuma crença. Agora se as preces e todas as formas de expressão religiosa forem feitos com o objetivo final de transformar o mundo em um lugar melhor, “que seja feito vossa vontade!”.  E o que então é um mundo melhor? Só Deus sabe. Talvez, nem ele.

Não sei se acredito em Deus. Mas preciso agradecê-lo. Porque de fato, das pessoas que conheci em minhas ‘peregrinações’ , os que tinham maior poder de resiliência se reportavam a Deus. Dá para aprender um bocado com esses pacientes...Tem histórias que fogem a minha rotina de vida que até Deus duvida. Cita-las não vale a pena. Deus te deu curiosidade para ler esse texto, sensibilidade para se sentir agredido ou conseguir me compreender e me respeitar sem moralismo e coisa do tipo. Ou ele não te deu nada disso. Não importa. 
Agradeço a leitura.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Feliz ano novo?(!)


Não se trata daquilo que nos acostumamos a sentir. E sim do que não sentimos mais (entenda-se,  a muito tempo!) e que simplesmente vai embora. E quando se vai, cria mais uma memória (chata?) e um vazio.

“Esse é o primeiro ano das novas vidas em que os dígitos não se repetem.”

Então vamos brindar! Olhe nos olhos de quem está a sua volta e torne esse momento sagrado. Lugares vazios possuem grande potencial a serem ocupados. Basta parar de se perguntar. Vamos trocar os pontos!
Então eu começo a achar que desejar um ano novo aos outros não é tão vazio quanto parece.

domingo, 23 de dezembro de 2012

O natal e seus valores


O natal tá chegando. Confesso que meu espirito natalino anda zerado. Acredito que sei relativamente pouco sobre o natal. É um feriado da religião cristã e de outras culturas. No cristianismo, sei que falam sobre o perdão. É a época em que as pessoas ficam felizes e deixam a raiva e o ódio de lado. Tudo em um mundo ideal e infantil, claro.



Confesso que tenho achado a raiva um sentimento interessante. Quando bem canalizada, se torna uma valiosa aliada para alcançarmos metas. Que os cristões me perdoem (e vão me perdoar porque é natal!), mas acho que deixar a raiva de lado é uma extrema imbecilidade. Pessoas boas fizeram e fazem coisas boas em momentos de raiva. Inclusive Jesus Cristo.  o/ E isso reforça meu argumento. Ter raiva (de maneira canalizada, claro) é uma virtude. Se papai noel e companhia pensassem assim, talvez o natal fosse mais interessante na minha forma borrada de ver o mundo.


O ódio. Confesso me incomodar com esse sentimento. Acredito que odiar algo ou alguém é perder tempo em primeiro lugar. E tiro o chapéu para os cristões que pensam da mesma forma. Pode ser que desejar "feliz natal" para as pessoas seja uma forma inteligente de dizer " abandone esse ódio" ou "tente não odiar alguém que você assumidamente odeia".


Eu  lembro que uma vez me falaram que perdoar é fácil, por isso as pessoas não o fazem. Concordo que as pessoas não tentam perdoar. Mas não é algo tão simples assim. Talvez a prática leva a perfeição. É só praticar para ver. Porque algo que tem me incomodado é o ódio que as pessoas têm umas pelas outras. Esse ódio escancarado de desejo de mal aos outros de forma direta ou indireta, sempre disfarçado de um discurso politicamente correto. Justificativa de merda. Isso cansa.


Então leitor, obrigado pela leitura. E feliz natal. Hoje e sempre!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Sonhos de infancia


Caro leitor,
Com certeza vocês já tiveram algum sonho de infância. Eu sonhava com muita coisa. Queria ser jogador de futebol, ser astronauta, ser famoso e ajudar aos “pobres”. Eu tive sonhos mais bobos, como aprender a voar é ter super poderes. Um dos baratos de ser criança é essa capacidade de sonhar, moldar nosso próprio mundo. Tudo era grande, inclusive as tiazinhas pequenas e caquéticas. As praças, as arvores, as pessoas e o mundo eram todos gigantescos perto da gente. Gigantes eram nossos sonhos.
                Quando era pequeno, sonhava com aquela falsa ideia deque todo mundo poderia ser feliz. Achava que quando meus pais entregavam dinheiro para flanelinhas, eles estavam ajudando a disseminar a felicidade pelo mundo. Lembro de uma vez que minha mãe nãotinha dinheiro. Fiquei triste o dia inteiro. Talvez foi pelo choque de realidade, ou talvez seja fruto dessa sociedade capitalista que dissemina essa ideia de que dinheiro é felicidade. Não importa. Não estou aqui para discutir o sexo dos anjos. Hoje em dia entendo (um pouco) melhor como as coisas funcionam. Dar dinheiro a quem pede não significa ajudar tanto. O que ajuda é a formulação de leis e políticas públicas. Demorou muito até entender que meu sonho em ajudar aos menos favorecidos passa por isso.
               
Caro leitor,
                Estou vivento um momento especial. Ando pelas ruas. Vejo meu rosto estampado por todos os cantos.  Estou “famoso”. Da maneira certa e saudável. Sem falsos amigos, sem dinheiro e fama propriamente dita. Parece até sonho de infância.


                Um sonho de infância já foi realizado. E se tudo der certo, realizo outro. Da minha maneira torta e distorcida de enxergar as coisas. Parecendo uma criança. E para isso terei que sair da minha rotina, da minha zona de conforto. O desafio tá ai. Agora é fazer as coisas acontecerem.

Obrigado pela leitura!

sábado, 13 de outubro de 2012

Claustrofobia Social


     Algo me incomoda.Sempre fui muito transparente. Atualmente vejo isso muito mais como um defeito do que uma qualidade. Não por mim. Mas por esse mundo maluco que vivemos. Essa sociedade que cultua as aparências.Talvez o problema seja eu mesmo. Não sei.
     Fato é que se expor em um blog tem parecido muito mais estupidez do que coragem. Lembro de quem já me disse algo parecido. Mas tudo tem seu lado positivo, caro leitor. esse ano, quando pensei em parar de escrever, soube que um dos meus textos virou tema de aula no Rio Grande do Sul. Confesso que coisas assim me motivam. Pura vaidade, talvez.
     Ter um blog pode ser visto como uma terapia gratuita e uma aproximação da Arte.
      A Arte. Escrita com letra maiúscula. Nome próprio. Se deus existir, ele é é antes de tudo um artista, um gênio. Ou a Arte é criada pelo homem? Preguiça de pensar nessas coisas...assim como a arte salva, o preconceito mata. Vejo pessoas morrendo em minha volta. É difícil de tolerar.
    As vezes sinto que vivemos em uma falsa democracia em que as pessoa até conseguem (com muito esforço, as vezes) se expressar, opinar. Mas no final das contas são oprimidas pelos falsos democratas que enchem a boca de preconceitos e de pseudointelectualismos para te sufocar. Achoque existe uma certa claustrofobia social. Mas eu tenho meu blogzinho. Meu espaço.
   Obrigado pela leitura!