segunda-feira, 21 de maio de 2012

Teoria do Caos


Era uma vez um cachorro. Um belo dia ele resolveu atravessar a rua. Nessa hora estava passando um carro. Pai, mãe, filha e avó viajavam por uma estrada. O motorista fez a curva. O carro capotou e caiu de uma ponte (não me pergunte como!). A filha e avó, no banco de trás morreram na hora. A mãe morreu afogada. Ele sobreviveu. Pelo menos foi o que me disseram.

O acidente aconteceu a exatos oito anos atrás. Engraçado essa tal de teoria do caos. Se o cachorro não tivesse atravessado a rua, se o motorista não tivesse visto o cachorro, se eu não tivesse memória e um blog, vc leitor não estaria lendo esse texto. Isso me faz pensar no grande reflexo proporcionado por nossas pequenas ações. “o bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do mundo.” Ainda bem que existem filmes para explicar teorias.

Fato é, pensamos nas infinitas possibilidades, nas ironias da vida. Mas talvez o mais saudável seja não pensar. Eliminar o “e se”, substituindo por “é”. E focar no agora. Se conseguir isso leitor, por favor me ensine como. E a aquele pai, motorista do carro, espero que tenha conseguido reconstruir sua vida. Obrigado pela leitura.

domingo, 6 de maio de 2012

"E a loucura finge que isso tudo é normal"


Brindo o leitor com uma pequena parte das minhas reflexões a respeito da minha experiência na psiquiatria. Penso que todas essas questões abaixo podem (e devem) ser aprofundadas. E para isso conto com vocês que estão lendo.
(...)
As experiências de maior contato com o paciente me fizeram refletir a respeito daquilo que chamamos de loucura. A loucura, que segundo o senso comum, pertence sempre aos outros e nunca a nós mesmos. Já me disseram uma vez que o louco é aquele que foge da realidade. A diferença entre o artista e o louco é que o artista consegue fugir e voltar. O louco permanece onde esta, sem conseguir se encaixar em padrões pré estabelecidos. Talvez, em alguns momento de nossas vidas, em situações de intenso sofrimento, como por exemplo a perda de algum ente querido, invejamos os loucos por permaneceram em seu estado de alienação e indiferença.
Com o tempo, não consegui enxergar o perfil dos loucos e sim pacientes psiquiátricos. Todos que estavam ali se relacionavam de alguma forma com a realidade. Seja em gestos simples como responder pelo próprio nome ou estender a mão para apanhar o medicamento.
Em contra partida, testemunhamos muitos profissionais que demonstraram o desejo de uma evasão daquela realidade vivenciada. (...) Não podemos apenas culpa-los. Trabalhar em um hospital psiquiátrico nos faz questionar a respeito de quem precisa ou não de tratamento.
Questiono a respeito da definição de loucura. Talvez não haja cabimento a utilização do termo, visto que todos possuem momentos de alienação para com a realidade. Cabe nesse momento citar a famosa frase de Caetano Veloso: “de perto ninguém é normal”. Somos todos potenciais pacientes psiquiátricos, e em alguns momentos loucos.
(...)
Talvez alguém que esteja lendo esse blog ou a outros blogs só esteja buscando momentos de evasão da sua própria realidade. Assim como eu no ato de escrever. De qualquer forma, obrigado pela loucura!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Discurso de aniversário III


Quando entrei na enfermagem, eu não sabia exatamente o que fazer, porque fazer ou como fazer. Mas sabia que tinha que fazer. Talvez até para conhecer melhor minha própria cidade e seus habitantes. Agora, provavelmente estou na reta final do meu curso. Ainda não sei o que fazer, o porque fazer. Sei que preciso fazer.  Sei que preciso terminar o curso.Mas ando perdido...

To numa fase em que o futuro parece uma equação matemática complexa e desafiadora. Sinto, diferente de outros momentos, um potencial enorme dentro de mim. E um pouco ainda de falta de foco para aproveitar esse potencial. Deve ser isso que alcançamos com a maturidade: foco para aproveitar nosso potencial. Talvez seja por isso que os experientes são, de maneira geral, mais felizes. Talvez essa tal de experiência seja útil mesmo. Nos faz aproveitar melhor nosso potencial...Daqui a uns 20 anos talvez eu vou saber como é.

A questão é...hoje comemoro 22 anos. Não posso me dizer completamente feliz, até porque felicidade completa é utopia. Sempre precisa haver algum conflito. Ando mudando algumas atitudes, me sentindo bem com isso. Quando mudamos algo significativo em nossas vidas conhecemos novos “eus” fantásticos e surpreendedores.  É um tipo de potencial que temos e não sabemos, nem sequer exploramos. E a mudança acarreta também em perdas. Até porque o caminho certo não é sempre o mais fácil (frase dita pela velha arvore do pocahontas!).

Caro leitor, aqui escrevo a respeito de nossas escolhas. Daquilo que escolhemos por acreditarmos nos fazer crescer, seguir em frente. Mesmo que inicialmente não pareça ser tão bom assim.
Caro leitor, aqui escrevo como uma forma de continuar a pedir forças. Para continuar sendo o que sou hoje. Continuar desfrutando disso. E continuar almejando esse crescimento constante.
Caro leitor, aqui escrevo tentando descobrir, se o tanto que aprendi nesses 22 anos corresponde com aquilo que tento passar através das minhas atitudes. E esse é o desafio.
Caro leitor, simplesmente tenho que te agradecer! Por mais uma leitura!

sábado, 7 de abril de 2012

É o Rei leão ensinando a gente!


Esses dias estava passando esse desenho na televisão. Rei Leão é sem duvida um dos primeiros e mais geniais desenhos que a disney já inventou. Gosto dessa cena como um todo. Além de divertidíssima, existem alguns trechos que nos fazem pensar para valer.
Algumas delas valem a pena destacar, principalmente depois de 4:30 de vídeo.
-Quer dizer que você é um babuíno e eu não! (frase dita pelo Rafik logo no começo. Eu fico rindo horrores disso! haha!)

Simba em crise existencial...
-É, o passado pode doer. Mas do jeito que eu vejo, vc pode fugir dele, ou aprender com ele!
Depois disso, Simba desvia do golpe, pegar o bastão e joga para longe. Ele apendeu com o passado. Não só evitou a dor como também garantiu não apanhar mais. Em seguida, volta para ser rei! Vai Simba! Ser rei nessa vida!

Televisão e desenhos em excesso não valem muita coisa. Mas Rei Leão sim vale a pena rever. Esquecendo é claro, todo aquele papinho das mensagens subliminares.
Obrigado pela leitura.

sexta-feira, 30 de março de 2012

As 4 leis do espiritismo ensinada na Índia.


Talvez esse post seja uma resposta, provocativa, a algo que tenho passado ou alguém. Não importa no momento. As próximas linhas vão dizer o porque...

Ando convivendo com perdas e com a necessidade de fazer escolhas. Essa semana, talvez tenha me surgido uma oportunidade profissional interessantíssima, que requer a “perda” de mais um ano na faculdade.

Muita informação, duvida, perda para pouco Pato. Em outros momentos eu contaria com outros amigos. Mas as nossas escolhas as vezes nos pregam peças...
Até que, não por acaso, um outro amigo começou a falar a respeito da filosofia hinduista. Falou a respeito das 4 Leis da Espiritualidade ensinadas na Índia.

A primeira diz: “A pessoa que vem é a pessoa certa“.

Ninguém entra em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo com a gente, têm algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação.

A segunda lei diz: “Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido“.

Nada, absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum “se eu tivesse feito tal coisa…” ou “aconteceu que um outro…”. Não. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas.

A terceira diz: “Toda vez que você iniciar é o momento certo“.

Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.

E a quarta e última afirma: “Quando algo termina, ele termina“.
Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas é para a nossa evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e se enriquecer com a experiência. Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele vem à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado.

Então leitor, não se questione tanto a respeito das suas escolhas nem lamente suas perdas. É como as coisas devem acontecer. Tente eliminar o “e se” do seu vocabulário. E se conseguir (claramente o autor do texto ainda não conseguiu), me diga como. Seguimos tentando.

Obrigado pela leitura.

terça-feira, 27 de março de 2012

E o tempo?


Escrever a mão exercita as ideias a fluírem e é bem mais agradável. Penso sobre o tempo. Desprendo do computador, aumento o volume do som. Concentro naquelas musicas que falam do tempo. Vivemos a falta do tempo. Tempo, meu grande desafeto atual. Risco frases, me disperso. Já não tenho esse mais esse tempo...

É mais um dia que se inicia. Corre! Você está atrasado! Dirige rápido! Você precisa chegar a tempo. Termine de fazer tudo rápido. Sua lerdeza prejudica os outros. Não faça tudo tão certo. Assim vc perde tempo. Pare de pensar tanto, já deveria ter respondido a muito tempo. Você vai ao banheiro? Acha que vai dar tempo? Descansa rapidinho, estamos com pouco tempo.

Hey, não escreve naquele seu blog idiota, perda de tempo!
-E se por um acaso eu pedir algo diferente para alguém? Algo para sair da rotina, tipo uma carta?
Não, não vou te escrever uma carta, não tenho tempo...

Talvez esse cinismo seja inimigo desse tempo.

Então leitor, feche essa janela, vá fazer coisas importante. Esse texto é uma grande perda de tempo. Assim como nossas vidas.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Mãos frias.

Caro leitor,

Em toda minha vida, sempre me considerei muito transparente. E assim como cada um de vcs, tenho comportamentos bem próprios meus. Um deles está ligado a temperatura das minhas mãos. Já ouvi falar em curso para energização das mãos. Pode até parecer ridículo a primeira vista. Mas há muitos ramos da saúde e muitas culturas que acreditam que mãos frias é um sinal de problema. Se não me engano o reiki acredita nisso. E talvez, eu acredite. Porque ao longo da minha vida, minhas mãos sempre estiveram constantemente frias enquanto eu vivenciava uma sensação semelhante a algum tipo de perda. Quando falo de perda, falo no sentido genérico. Perda da inocência, propriamente dita.

Acontece que esse ano, decidi crescer. Virar mais homem em 2012 e menos menino. Em determinados momentos, a vida ensina isso a gente. Outro dia li sábios dizeres sobre a vida. 'Aprendi a amar menos, o que foi uma pena, e aprendi a ser mais cínica com a vida, o que também foi uma pena, mas necessário. Viver pra sempre tão boba e perdida teria sido fatal. ' (facebook de Daniela Carauta, haha!).

Talvez seja essa a meta. Ser mais cínico com a vida. Então decidi tomar algumas decisões drásticas, para um bem maior. A primeira delas é tentar priorizar o meu (provável) ultimo ano de faculdade. Isso inclui abrir mão de atividades que possam me tirar do foco (como o futebol de madrugada que eu tanto gostava) e outras coisas que nem vale a pena citar. Deixo claro, isso não inclui deixar de me divertir ou de fazer atividades prazerosas. Voltei ao teatro por acreditar que é uma atividade que me faça manter o foco, além de moldar e consolidar muitos conceitos que tenho sobre a vida.

Nessa tentativa de mudar alguma coisa ganho muito. E perco muito. Toda perda reside de um luto. Atualmente me questiono se meu luto é real ou irreal. Essa semana, pela primeira vez em minha vida, uma paciente que eu cuidava veio a falecer. Hoje testemunhei uma tentativa mal sucedida de reanimação cardíaca. E nessas horas, confesso sentir uma saudade de voltar atrás e voltar a ser menino. Mas a vida não deixa. O mundo não deixa. Talvez nem as pessoas que me cercam deixem.

Crescer dói tanto porque perdemos muito ao longo do caminho. E surpreendentemente, no momento em que me vejo mais ‘enlutado’, vejo minhas mãos quentes. Para os religiosos, esse deve ser um sinal divino que me motiva a seguir em frente. Para os céticos, isso é só um sinal de que estou no caminho certo. Mas eu sinceramente prefiro acreditar que essa é uma tentativa muito bem executada do meu corpo de enganar minha mente a não se lamentar tanto e seguir em frente. Porque não estamos falando apenas de perdas. Estamos falando de crescimento.

E assim tento continuar seguindo. Crescendo. Mantendo o calor em minhas mãos.

Hey leitor, obrigado pela leitura!