sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Contradições do meu mundo interno

-Mãe, vou sair.

-Meu filho, fica em casa. Descansa um pouco, só hoje...
- Não mãe, to descansado. Vou sair!

- Vc vai sair com seus amigos de ontem?
- Não, meus amigos de ontem estão cansados...vou sair com pessoas descansadas, assim como eu.

- Meu filho, acho essa sua vida social intensa...(blá blá blá!)

- Tchaaau paai! Tchaaaaau mãããae! (gritando de longe).

Acredite caro leitor. Durante as férias, esse é o tipo de dialogo mais rotineiro aqui de casa. Sou sempre o protagonista.

Ta ai uma característica bem “juvenil” minha: O gostar do social. O gostar da rua, o gostar do desconhecido. E isso se mescla com o gostar de conhecer pessoas novas, lugares novos, gostar de risos e abraços superficiais. O gostar de beijos superficiais, de relacionamentos rápidos e mal acabados. O gostar de desfrutar minha liberdade. Gostar de “ser de ninguém”. Gostar de aproveitar tudo aquilo que minha juventude pode me proporcionar.

As vezes penso que não posso ficar em casa, parado. Ficar estático envolve pouco gasto de energia. Sou jovem, preciso gastar minha energia. O descanso serve para recarregar as baterias e não para se desperdiçar tempo.

Acompanha o raciocínio! Quando deixo de sair, perco tempo. Perder tempo implica em envelhecer mais rápido. Com a maturidade vem o sentimento de arrependimento, de não ter aproveitado mais a juventude.

Quando eu tiver netos, quero contar a eles histórias da minha juventude. Quero me fantasiar jovem. Ser a caricatura idealizada da minha própria personalidade. (tente entender se for capaz!) O ritmo frenético com que as coisas giram, a forma arriscada e quase responsável de levar minha vida me fazem sentir onipotente. Serei ousado em dizer, mas sei que atrai uma certa inveja.

E se vc perguntar amigo leitor, o que aprendo com tudo isso, não obterá resposta. Não há resposta. Há apenas um desejo de mudar a forma de conduzir minha vida. Um simples desejo ser mais maduro, envelhecer, não me apegar tanto as noites e mulheres superficialmente. Há um desejo de tirar o quase de perto do responsável, poupar energia. Penso em afunilar as coisas, as pessoas e porque não, as mulheres.

“Devo tirar essa roupa de palhaço. Devo ser gente grande. Devo usar terno e gravata”.

Caro leitor, essa é uma das grandes contradições do meu mundo interno. Se a forma com que escrevo te irrita, se manifeste.

Obrigado pela leitura!

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